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Retrospectiva da década - Atentados terroristas retrataram começo de século

José Renato Salatiel, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Atualizado em 17/01/11, às 9h05
 

Os ataques às torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, em 2001, compuseram a imagem mais emblemática da primeira década do século 21. Os atentados deram início a uma década de guerras contra o terrorismo. Os primeiros dez anos do século também trouxeram uma das piores crises econômicas da história, os efeitos do aquecimento global e a expansão do acesso a novas tecnologias.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Para o historiador Eric Hobsbawm, dois acontecimentos definiram o começo e o fim do século passado. O século 20 teria iniciado com a Primeira Guerra Mundial, em 1914, e terminado com a queda dos regimes comunistas no Leste Europeu.

Poderíamos dizer, do mesmo modo, que o atual foi inaugurado com os ataques aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001. O presidente George W. Bush, recém empossado, respondeu a eles dando início a duas guerras no Afeganistão e no Iraque.

O Afeganistão foi invadido para obrigar o país muçulmano a entregar Osama Bin Laden, líder da rede Al Qaeda. Responsabilizado pelos atentados aos Estados Unidos, o terrorista até hoje não foi capturado. No Iraque, a justificativa para a deposição do ditador Sadam Hussein foi a existência de armas de destruição em massa, que nunca foram encontradas.

A partir de então, o medo de novos ataques terroristas se espalhou pelo mundo. Em 2004, dois atentados mataram centenas de pessoas no metrô de Madri, na Espanha, e na cidade de Beslan, na Rússia. Em julho do ano seguinte, explosões vitimaram 52 pessoas em Londres, no Reino Unido. O pânico levou a polícia londrina a executar o brasileiro Jean Charles de Meneses, confundido com um terrorista no metrô.
 

Economia

Outro grande acontecimento da década foi a crise econômica internacional, a pior desde 1929. O marco foi a falência do banco americano Lehman Brothers, em 15 de setembro 2008. Os efeitos da crise incluíram um longo período de recessão em países europeus e, indiretamente, a eleição de Barack Obama, o primeiro negro a ocupar o cargo em Washington.

Em meio ao caos no mercado financeiro, a China ultrapassou o Japão e se tornou a segunda maior potência econômica do planeta. Ao mesmo tempo, o regime comunista de Pequim virou alvo de críticas por violações dos direitos civis e degradação do meio ambiente.

Junto com a economia, o aquecimento global foi o assunto que mais reuniu líderes mundiais na década. Em fevereiro de 2007, um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) culpou a ação humana pelas mudanças climáticas. Os efeitos, porém, já eram sentidos em todo o planeta: ondas de calor na Europa, enchentes no Sudeste Asiático e furacões na América. Houve ainda outras catástrofes naturais graves que devem ser mencionadas como os  terremotos que devastaram o Chile e o Haiti em 2010.

Os cientistas ainda anunciaram o sequenciamento do genoma humano (2001), abrindo caminho para cura de doenças, e a primeira pandemia do século (2009), a gripe suína. Na área de tecnologia, o crescimento da internet, o surgimento das redes sociais e a sofisticação dos aparelhos celulares e computadores transformaram as relações humanas.
 

Brasil

No Brasil, a década começou com a chegada do primeiro sindicalista à Presidência. Se, como disse Maquiavel, a manutenção do poder se faz equilibrando virtudes naturais do governante (virtú) e a própria sorte (fortuna), pode-se dizer que Luiz Inácio Lula da Silva teve ambas.

Eleito em 2002, conseguiu dois feitos notáveis: manteve a economia nos eixos e melhorou a distribuição de renda. Além disso, o petista sobreviveu a escândalos políticos como o “mensalão”, em 2005, e tirou proveito da descoberta de reservas de pré-sal e da escolha do país para sediar a Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.

Mesmo assim, o Brasil atravessou a década com problemas antigos, de infraestrutura, saneamento, educação e saúde. Alguns deles até piores, como a violência urbana. Numa versão nacional do terrorismo, as duas maiores metrópoles do país foram vítimas de ondas de ataques do crime organizado: São Paulo, em 2006, e Rio de Janeiro, em 2010.

Pela TV, os brasileiros acompanharam “novelas reais” como o sequestro de Sílvio Santos, as mortes do prefeito de Santo André, Celso Daniel, e do repórter da TV Globo Tim Lopes, e os julgamentos de Suzane von Richthofen e do casal Nardoni.

Houve também as tragédias aéreas. A colisão de um avião da Gol com um jato da Embraer matou 155 pessoas (2006), e a queda de um Airbus da TAM ao lado do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixou 199 mortos (2007).

Os dez primeiros anos do século 21 terminaram no país com a eleição de Dilma Rousseff, a primeira mulher na Presidência da República.

Direto ao ponto

Os ataques aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001 inauguraram a primeira década do século 21. Os atentados levaram os Estados Unidos a se envolverem em duas guerras, no Afeganistão e no Iraque, e foram sucedidos por outros massacres ocorridos na Espanha, Rússia e Reino Unido.

A crise econômica internacional, a pior desde 1929, foi outro fato marcante. Ela começou com a falência do banco americano Lehman Brothers, em 15 de setembro 2008. Os desdobramentos da crise incluíram a recessão em países europeus e a eleição de Barack Obama. Durante dez anos, os líderes mundiais se reuniram por diversas ocasiões para discutir o aquecimento global.

Os efeitos das mudanças climáticas foram sentidas em todo o planeta, com ondas de calor na Europa, enchentes no Sudeste Asiático e furações. No Brasil, a “era Lula” trouxe avanços na área social e escândalos políticos. Ela terminou com a eleição de Dilma Rousseff, a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente no país.

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