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Viagem espacial - Astronauta brasileiro fará estudo de plantas

Tarso Paulo Rodrigues, Especial para a Folha de S. Paulo

Está previsto para março o lançamento de uma nave espacial russa e, entre os astronautas, se encontra o tenente-coronel aviador Marcos Cesar Pontes. Ele será o primeiro brasileiro a participar de uma missão espacial e ficará durante oitos dias em órbita na estação ISS (Estação Espacial Internacional), a uma altitude de 400 quilômetros.

O astronauta brasileiro realizará algumas experiências científicas, entre elas uma que pretende analisar como germinam as sementes de um arbusto em condições de imponderabilidade, ou seja, de "flutuação dentro da nave".

É comum vermos astronautas e objetos nesse estado de "levitação" ou de "ausência de peso" quando no espaço. Isso ocorre porque o conjunto nave e astronautas se encontra em órbita ao redor da Terra, em constante queda livre.

Na verdade, o termo "ausência de peso" é impreciso. A Lei da Gravitação Universal de Newton declara que a força de atração gravitacional F entre a Terra e o conjunto (nave, astronautas e equipamentos) continua a atuar e que a sua intensidade varia com o inverso do quadrado da distância d entre a Terra e a nave, ou seja, F = k/d2. Isso significa que, com o aumento da distância, o valor da força gravitacional (peso) sobre o astronauta diminui, mas não é nulo! Um astronauta que pese 800 newtons na superfície terrestre tem seu peso reduzido para, aproximadamente, 720 newtons quando em órbita na ISS. Descontados os efeitos da rotação terrestre, seu peso é diminuído somente em 10%. Portanto, a sensação de "levitar" ocorre não por "ausência de peso", mas, sim, porque a nave e tudo o que se encontra no seu interior caem com a mesma velocidade vetorial e estão submetidos à mesma aceleração durante a queda.

Essa sensação pode ser experimentada, aqui na Terra, quando uma pessoa sentada no carrinho de uma montanha-russa "despenca" de uma determinada altura. Durante aqueles poucos segundos de queda, a pessoa continua sentindo o puxão gravitacional -o peso-, porém ela e o assento estão submetidos à mesma aceleração gravitacional (g). Dessa forma, a pessoa não exerce compressão sobre o assento e tem a sensação de estar "flutuando".

Vale a pena conferir o site www.marcospontes.net, em que o astronauta brasileiro descreve as experiências que serão realizadas na estação e responde a algumas curiosidades, entre elas, como utilizar o banheiro e garantir que "nada" fique flutuando indevidamente pela cabine devido à imponderabilidade no espaço!

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