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Timor Leste (2) - O país mais novo do mundo

Roberto Candelori, Folha de S.Paulo

Depois de 500 anos de dominação portuguesa, 25 anos de luta contra a ocupação indonésia e dois anos e meio sob a administração da ONU, finalmente os timorenses puderam tomar as ruas de Dili, a capital, para festejar a paz e a liberdade. Xanana Gusmão, o líder da resistência e ex-guerrilheiro, eleito com mais de 80% dos votos, assumiu, no dia 20 deste mês, a Presidência do mais novo país do mundo: a República Democrática do Timor Leste.

Numa cerimônia que contou com a presença de mais de 90 líderes mundiais, além do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, Gusmão afirmou que está preparado para o "grande desafio" de governar o novo território pelos próximos cinco anos.

Com uma população de 750 mil habitantes, o Timor Leste adotou o português como língua oficial, mas o tetun continua sendo o dialeto mais falado. Durante a ocupação indonésia, o português foi proibido e a população obrigada a adotar o bahasa indonésio.

Por isso os mais jovens protestam contra sua reimplantação e defendem o tetun como língua oficial. Como segunda opção, têm preferência pelo inglês, que está mais próximo das oportunidades oferecidas pelas empresas australianas que começam a investir na ilha.

Serão grandes os desafios da nova nação. Além de reconstruir a economia do país, destruída pela ocupação da Indonésia, será preciso combater a pobreza e o baixo nível de escolaridade _mais da metade da população é analfabeta.

O futuro 190º membro das Nações Unidas dependerá muito da ajuda externa. A ONU, que garantiu a segurança do território, manterá uma presença militar no país por mais três anos.

Com a intervenção de uma força internacional, foi possível definir um calendário político, restabelecer a paz e pôr fim a décadas de violência. Quem sabe a experiência possa ser aproveitada em outras partes do mundo.

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