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Terremoto - Tremor causa primeira morte no país

Manuela Martinez, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

O vilarejo rural de Caraíbas, em Itacarambi, Minas Gerais, entrou para a história do Brasil no dia 9 de dezembro de 2007. Nessa pequena localidade um terremoto causou a primeira vítima no país, a menina Jesiane Oliveira da Silva, de cinco anos, morta devido ao desabamento da parede do quarto onde dormia.

Normalmente provocados por movimentos na crosta terrestre, composta por grandes placas de rocha (chamadas placas tectônicas), os terremotos podem durar segundos ou até mesmo minutos.

O tremor de Itacarambi teve intensidade de 4,9 graus na escala Richter e, além da morte da menina Jesiane, deixou cinco feridos e várias casas destruídas. O maior abalo sísmico registrado no Brasil atingiu 6,6 graus e ocorreu na Serra do Tambador, no Mato Grosso, em 31 de janeiro de 1955.

As principais consequências de um terremoto são a vibração do solo, deslizamentos de terra, aberturas de falhas, tsunamis ou mudanças de rotação da Terra. As regiões próximas às placas tectônicas são mais suscetíveis aos terremotos, como, por exemplo, o oeste da América do Sul e algumas localizações do oceano Pacífico. Apesar de provocarem grandes destruições, os terremotos, muitas vezes, não são percebidos pela população ou são considerados leves.



Intensidade dos terremotos

A intensidade dos terremotos é medida principalmente pela escala Richter, fórmula matemática que determina a largura das ondas. Esta escala foi desenvolvida na década de 30 do século passado por Charles Francis Richter (geofísico e sismólogo americano) e Beno Gutenberg (sismólogo alemão), que trabalharam no Instituto de Tecnologia da Califórnia. A escala Richter não tem limite máximo, mas, de acordo com os principais institutos do mundo, os terremotos com até 1,9 grau somente são notados pelos sismógrafos.

Entre 2,0 e 3,9 graus, os terremotos causam poucos danos, mas são sentidos. Tremores com magnitudes entre 4,0 e 4,9 podem quebrar janelas, lâmpadas e outros objetos. Entre 5,0 e 5,9 graus, podem provocar danos menores em edifícios bem construídos, mas podem causar maiores danos em outros.

Um terremoto entre 6,0 e 6,9 na escala Richter pode ser devastador numa zona de 100 km. Já os terremotos com magnitudes entre 7,0 e 7,9 podem derrubar prédios e provocar catástrofes, como o que aconteceu em junho de 1990, no noroeste do Irã, quando um terremoto de 7,5 graus deixou cerca de 60 mil mortos, de acordo com o governo.

Em 1993, o Estado de Maharashtra, na Índia, foi atingido por um terremoto de 6,4 graus, que provocou a morte de 7.601 pessoas e deixou mais de 15 mil feridos. Em 1998, dois terremotos mataram cerca de 10 mil pessoas no Afeganistão.



Tsunami de 2004

No dia 26 de dezembro de 2004, aconteceu uma das maiores catástrofes de todos os tempos. Na ilha de Sumatra, na Indonésia, um terremoto de 8,9 graus Richter provocou um tsunami, cujas ondas gigantes mataram pelo menos 280 mil pessoas em 12 países da Ásia e África.

Os países mais atingidos pelo tsunami foram a Indonésia (cerca de 122 mil mortos), o Sri Lanka (pelo menos 39 mil), a Índia (cerca de 11 mil) e a Tailândia (pelo menos 5.300 mortos).

Além da Richter, existe também a escala Mercalli, que varia de zero a 12 pontos, para aferir a intensidade de um tremor. No entanto, esta escala, criada pelo sismólogo italiano Giuseppe Mercalli, é menos utilizada.



Tremores no Brasil

Ao contrário do que acontece com os Estados Unidos e o Japão, países onde, historicamente, sempre acontecem grandes terremotos, o Brasil fica em cima de uma grande e única placa tectônica. Nos Estados Unidos e Japão existem duas ou mais placas e as falhas que ocorrem entre elas são a principal causa dos grandes tremores.

No Brasil, de acordo com especialistas, as falhas são provocadas por pequenas rachaduras causadas pelo desgaste da placa tectônica. Antes da morte da menina no interior de Minas Gerais, os sismógrafos registraram, nos últimos anos, pequenos tremores no Brasil: em Brasília (DF), em 2000; em Porto dos Gaúchos (MT), em 1998, e em João Câmara (RN), em 1986 e em 1989.

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