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Risco-país (2) - Saiba o que significa esse termo para a economia

Da Redação, Em São Paulo

O termo risco-país foi criado em 1992 pelo banco americano JP Morgan para permitir, a seus clientes, condições mensuráveis de avaliação da capacidades de um país quebrar. A partir dela, gestores de fundos decidem investir em um determinado país ou papel de uma empresa de risco semelhante.

A taxa é medida em pontos e calculada a partir de uma cesta de títulos negociados no mercado. Cada ponto significa 0,01 ponto percentual de prêmio acima do rendimento dos papéis da dívida dos EUA, considerada de risco zero de calote. Ao dar 277 pontos a um país -taxa alcançada pelo Brasil em 12 de janeiro de 2006-, o mercado mostra que para assumir o risco brasileiro o investidor estrangeiro 'merece' um prêmio de 2,77 pontos percentuais de rendimento acima do que paga um papel americano semelhante.

Títulos desvalorizados significam que o investidor com coragem para comprá-los terá ganhos maiores, caso a dívida seja honrada, claro. Basta comparar os ganhos esperados com os proporcionados pelos títulos americanos, os mais seguros do mundo, e está calculado o risco-país, que mais parece o "medo-credor".

Altos e baixos
O risco de 277 pontos alcançado pelo Brasil no começo de 2006 foi o menor da história, mas isso não é garantia de que se manterá neste patamar ou em queda.

Em 2002, com a especulação sobre as eleições, o risco Brasil chegou a atingir o recorde de 2.443 pontos em 27 de setembro. No mesmo ano, o risco da Argentina superou os 5.000 pontos.

Nos mercados internacionais, a baixa da taxa de risco no Brasil é atribuída ao novo quadro da economia, desenhado pelos indicadores divulgados no último ano, entre eles o superávit recorde da balança comercial, que foi de US$ 44,76 bi em 2005.

A taxa sobe e desce ao sabor das turbulências políticas e econômicas. Em 2001, o Brasil apresentava um déficit em transações correntes de US$ 24,4 bilhões, o equivalente a 4,7% do PIB. Em 2004, o país registrou um superávit de US$ 3,8 bilhões -0,8% do PIB e a confiança no governo se manteve em alta.

A partir de junho de 2005, quando foi instalada a CPI dos Correios, a taxa de risco do Brasil voltou a subir, chegando a 411 pontos no dia 22/06. Essa variação indica a desconfiança do mercado em relação à estabilidade do país.

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