Rio Amazonas - O mais extenso do mundo, segundo nova medição
Em meio às frequentes notícias de devastação de florestas e conflitos envolvendo fazendeiros e indígenas, a Amazônia recebeu, afinal, uma notícia boa e de repercussão internacional em julho de 2008. Depois de 16 anos de pesquisas, cientistas do Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, informaram que o rio Amazonas é o mais extenso do mundo, superando o Nilo, no Egito, em 140 quilômetros.
Durante muitas décadas, os livros de geografia informaram que o rio Amazonas, que nasce na Cordilheira dos Andes (Peru), tinha 6.400 km, contra 6.650 km do Nilo, um dos mais famosos e conhecidos rios do mundo.
Depois de analisarem imagens de satélite e de uma pesquisa feita na cordilheira dos Andes, os cientistas do Inpe anunciaram que o Amazonas é bem maior - a diferença foi de 592 km, um pouco mais do que a distância entre São Paulo e Rio de Janeiro. Portanto, segundo o Inpe, o rio Amazonas possui, na realidade, uma extensão de 6.992 km.
Para efeitos de comparação, os mesmos critérios utilizados na medição do Amazonas também foram utilizados no Nilo. O resultado revelou que o Nilo, rio que exerceu um papel preponderante no desenvolvimento do Antigo Egito, também é maior do que se supunha - possui 6.852 km, ante os 6.650 km publicados pelos livros de geografia e história. O Nilo atravessa três países do continente africano: Egito, Sudão e Uganda.
Os rios mais extensos do mundo
Amazonas | Brasil | 6.992 km |
Nilo | Egito | 6.852 km |
Yang Tsé | China | 6.380 km |
Mississipi-Missouri | Estados Unidos | 6.270 km |
Yensei | Rússia | 5.550 km |
O trabalho desenvolvido pelos cientistas do Inpe já foi reconhecido por duas entidades sul-americanas: o Instituto Nacional Geográfico do Peru e a Agência Nacional de Águas. Ainda em 2008, o estudo será apresentado oficialmente à comunidade científica, durante o Simpósio Latino-Americano de Sensoriamento Remoto.
O Inpe também vai enviar a conclusão dos estudos à Royal Geographical Society e à National Geographic Society, entidades responsáveis pela primeira medição dos rios Amazonas e Nilo.
Curiosidades
Além de ser o mais extenso e o mais caudaloso rio do mundo, o Amazonas pode ser traduzido por outros grandes números: sua profundidade máxima é de 100 metros, o que equivale a um edifício de 33 andares. O volume de água que despeja no mar é de 200 mil metros cúbicos por segundo e o seu trecho de maior largura possui 50 km.
Depois do Amazonas e do Nilo, os três maiores rios do mundo são o Yang-Tse, na China, com 6.380 km, o Mississipi-Missouri, nos Estados Unidos, com 6.270 km e o Yenisei, na Rússia, com 5.550 km.
As extensões dos três rios, dependendo de alguns livros, podem sofrer pequenas alterações, mas as posições no ranking permanecem inalteradas. Na outra ponta da lista, o rio Citarum, próximo a Jacarta, capital da Indonésia, é considerado pelos especialistas como o mais poluído do mundo.
Na lista dos mais poluídos também consta o Tietê, que corta São Paulo. No entanto, a exemplo do que aconteceu com o governo da Inglaterra, que recuperou o rio Tâmisa e o transformou em atração turística, nos últimos anos o poder público de São Paulo vem investindo para melhorar as condições fluviais do Tietê.
Além da poluição, os organismos internacionais também apontam três outros fatores que têm contribuído para a "morte" de muitos rios: as mudanças climáticas, o desenvolvimento e a retirada exagerada de água.
São Francisco
No Brasil, um projeto polêmico envolvendo um rio está em execução. As obras de transposição do rio São Francisco, que nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, e corta o Nordeste, numa extensão de 2.800 km, foram iniciadas, a um custo estimado de mais de R$ 3 bilhões.
O projeto consiste na transferência de parte das águas do rio para abastecer pequenos rios e açudes da região que possuem déficit hídrico durante os períodos de estiagem. De acordo com os especialistas, os Estados mais beneficiados com a transposição são a Paraíba, o Rio Grande do Norte e o Ceará.
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