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Raios - Descargas elétricas provocam mortes e deixam sequelas

Manuela Martinez, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Nos primeiros 40 dias de 2008, pelo menos cinco pessoas morreram atingidas por raios no interior de São Paulo. O que muita gente classifica como fatalidade, na realidade, é uma cena comum principalmente nos Estados do Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo, os mais atingidos pelas descargas elétricas no Brasil, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Além de causar mortes ou mesmo deixar sequelas nas pessoas e animais, os raios também podem destruir linhas de transmissão de energia e telefonia, provocar incêndios florestais e, dependendo da intensidade, paralisar completamente uma planta industrial.

Considerado uma das manifestações mais violentas da natureza, o raio pode produzir, em poucos segundos, uma carga de energia térmica de 25 mil graus centígrados (apenas para efeito comparativo, a água, ao nível do mar, ferve a 100 graus Celsius. Mas, em uma altitude de 3.000 metros, 90 graus já são suficientes para ferver o líquido). Mesmo uma descarga menos potente tem energia suficiente para matar, abrir buracos no chão, provocar ferimentos graves e derrubar árvores, por exemplo.



Chance remota

Segundo a Secretaria Nacional de Defesa Civil, órgão do Ministério da Integração Nacional, a chance de uma pessoa ser atingida por um raio é remota - de um para 1 milhão. Ainda de acordo com o órgão federal, entre 20% e 30% das pessoas atingidas por uma descarga elétrica morrem e os sobreviventes têm de conviver, por um longo período, com diminuição ou perda de memória, redução da capacidade de concentração e distúrbio do sono.

No Brasil, nas últimas duas décadas, cerca de cem pessoas morreram por ano devido a raios. As vítimas também podem ser atingidas por correntes elétricas que se propagam pelo solo a partir do local onde houve a incidência do raio.



Prevenção

Algumas medidas simples e básicas reduzem as chances de uma pessoa ser atingida por uma descarga elétrica. Para que isto aconteça, na ocorrência de tempestades, é preciso ficar longe de árvores, cercas, postes e linhas de energia. Também não se devem utilizar equipamentos elétricos ou o telefone, bem como evitar segurar objetos metálicos, não usar veículos sem capota como abrigo ou mesmo permanecer no alto dos morros ou cordilheiras. Outra recomendação importante é não permanecer em áreas abertas, como campos de futebol ou quadras de esporte, por exemplo.

Um dos casos mais marcantes no Brasil envolvendo pessoas atingidas por raios aconteceu no final de fevereiro de 1996, no Centro de Treinamento do São Paulo Futebol Clube. O então preparador físico do time, Altair Ramos, estava no meio do gramado orientando os jogadores quando foi atingido por um raio. O profissional, que teve parada cardíaca, conseguiu se recuperar, com a ajuda de médicos do clube e de jogadores que deram os primeiros socorros.



Pára-raios

Além dos cuidados básicos, existe também um aparelho que contribui para reduzir, consideravelmente, os acidentes provocados pelas descargas elétricas: o pára-raios. Invenção mais conhecida do norte-americano Benjamin Franklin (1706/1790), os pára-raios são hastes metálicas ligadas por cabos condutores que são colocadas nos telhados dos prédios e residências.

Além de casas e edifícios, o aparelho também é muito comum em embarcações, torres de televisão e rádio e empresas responsáveis pela distribuição de energia elétrica. Pelo aparelho, o raio "caminha" até o solo, evitando prejuízos para as construções e proporcionando mais segurança aos moradores e funcionários das edificações.

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