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Projeto Sivam - Investimento permite controle de espaço aéreo

Roberto Candelori, Folha de S.Paulo

Depois de muita polêmica e de denúncias de irregularidades, entrou em funcionamento em agosto de 2002 o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). Em seu discurso, na inauguração do Centro Operacional em Manaus, o presidente Fernando Henrique Cardoso fez questão de reafirmar a probidade do projeto, solidarizando-se com os oficiais que cuidaram da sua implantação.

O Sivam começou a ser implantado em 1994 para monitorar uma área de 5,2 milhões de km2 (cerca de 60% do território nacional). É um grande empreendimento, composto por satélites, radares, aviões, estações de recepção de imagens e mais de 200 plataformas de coletas de dados, que gera cerca de 2.000 empregos diretos.

Projeto que representou investimento de US$ 1,4 bilhão, o Sivam permitirá o controle do espaço aéreo amazônico, possibilitando uma fiscalização mais eficiente de atividades predatórias (desmatamento, queimada e garimpo), o monitoramento das fronteiras e o combate ao narcotráfico.

Tratado como um projeto de segurança nacional, o Sivam foi alvo de inúmeras denúncias. Foi previsto de início que ele não poderia ser implantado por empresas estrangeiras, mas a escolha ficou com a americana Raytheon, que venceu a disputa contra a francesa Thompson. O processo de licitação foi considerado fraudulento em razão de um suposto favorecimento dos americanos. Suspeita-se também de um compromisso em relação ao destino das informações coletadas, que seriam compartilhadas com os EUA.

Documentos oficiais levantados pela Folha confirmam que, para os EUA, o Sivam significou uma vitória geopolítica. Suspeita-se de que, por ser um instrumento útil ao seu programa de combate ao tráfico, o sistema venha a tornar-se extensão do Plano Colômbia. Nesse caso, a "lei do abate", que permite a derrubada de aeronaves, sugere, no mínimo, cautela.

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