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Política de George Bush contra o Brasil - Medidas unilaterais prejudicam o país

Roberto Candelori, Folha de S.Paulo

Em maio de 2002, os EUA colocaram o Brasil na lista dos países que toleram a pirataria. Segundo o USTR (escritório comercial norte-americano), o país não aplica sanções sérias contra a prática de violação dos direitos autorais. O Brasil pode vir a sofrer retaliações comerciais ao ser incluído na "lista de países que merecem atenção prioritária."

Outro episódio emblemático da difícil relação entre Washington e Brasília foi a decisão do presidente George W. Bush de, para proteger a indústria americana, impor cotas e tarifas de até 30% sobre a importação de produtos siderúrgicos. Com essa medida, os prejuízos do Brasil podem chegar a US$ 400 milhões por ano.

Iniciativas de Washington têm criado dificuldades sobretudo para a agenda brasileira de exportações. Sua nova lei agrícola, a Farm Bill, que concede subsídios à soja, causará sérios danos aos produtores brasileiros. O Brasil ingressará na OMC (Organização Mundial do Comércio) contra essa decisão.

O mais preocupante é que as crescentes divergências no campo econômico têm avançado para a área política e diplomática. O governo norte-americano exigiu o afastamento de Maurício Bustani da Opaq (Organização para a Proibição das Armas Químicas). Vinculada às Nações Unidas, a Opaq é responsável pela vistoria dos arsenais de armas químicas. Bustani, que a dirigia, determinou que todos os países -entre eles os EUA- deveriam ser fiscalizados. A Casa Branca reagiu e forçou seu desligamento.

Talvez o episódio de "Os Simpsons", exibido nos EUA, que apresentou uma visão pouco elogiosa do Brasil, sirva como metáfora da ideia que os americanos fazem de nós: macacos em Copacabana, loiras luxuriosas apresentando programas infantis, escolas ensinando macarena (dança colombiana) e brasileiros com sotaque espanhol. Com tantos equívocos, impossível resistir à ideia de que Bush tem algo de Homer.

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