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Paquistão - País atravessa mais uma grande crise política

Manuela Martinez, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

País que ocupa uma região estratégica na Ásia meridional, localizado entre o Afeganistão, a China, a Índia e o Irã, o Paquistão ganhou um amplo destaque na imprensa mundial no segundo semestre de 2007 por atravessar mais uma de suas grandes crises políticas.

Independente desde 1947, o país - que sempre conviveu com conflitos étnicos e religiosos - mergulhou em uma grave crise depois que o seu governante, o ditador militar Pervez Musharraf, decretou estado de emergência. Para justificar o seu ato, o general Musharraf disse que o decreto era a alternativa mais viável para combater o terrorismo, dar segurança à população e eliminar a intervenção do Judiciário na política.

Até o estado de emergência ser declarado, a Suprema Corte analisava a legalidade da reeleição do ditador pelo Parlamento, fato também ocorrido no segundo semestre de 2007. O estado de emergência permite, por exemplo, a prisão de pessoas sem ordem judicial, o fechamento de espaços públicos, o confisco de armas, a limitação do movimento de veículos e pessoas e o fechamento de emisssoras de rádio e televisão.



Benazir Bhutto

No poder desde 1999 e com uma oposição fragmentada e fragilizada, Pervez Musharraf enfrentou uma forte pressão internacional para anistiar sua antiga rival, a ex-premiê Benazir Bhutto (1953-2007), processada por corrupção. Após a anistia, Bhutto, que ficou exilada voluntariamente por oito anos, retornou ao Paquistão.

A partir do seu desembarque no país, os problemas políticos se agravaram. Em outubro de 2007, um atentado contra a caravana liderada pela ex-premiê matou mais de 130 pessoas e deixou outras 200 feridas. O retorno de Benazir Bhutto contou com o apoio dos Estados Unidos, que têm interesse em manter o Paquistão sob controle por um simples motivo: além de possuir armas nucleares, o país exerce um papel preponderante na "estabilização" do Afeganistão.



Apoio logístico

Após 11 de setembro de 2001, quando os Estados Unidos sofreram um dos maiores ataques de sua história (os atentados às torres do Word Trade Center e ao Pentágono), os norte-americanos invadiram o Afeganistão.

Durante todo o processo de invasão, os Estados Unidos contaram com o apoio logístico do Paquistão, além da liberação do seu espaço aéreo país durante todo o período do confronto militar. O Paquistão também serviu de abrigo para milhares de afegãos que fugiram do seu país após a invasão norte-americana.

Em contrapartida, os Estados Unidos passaram a investir milhões de dólares no Paquistão, ao mesmo tempo em que os mais influentes políticos norte-americanos costuravam nos bastidores um acordo entre Benazir Bhutto e o general Pervez Musharraf para o retorno ao país da ex-premiê.



Formação do país

Até a independência, o Paquistão fazia parte da Índia, país que foi dominado pela Inglaterra desde o século 19 até 1947. Quando os ingleses finalmente deixaram a antiga colônia, o Paquistão acabou se separando por sua população ser predominantemente muçulmana, enquanto a maior parte da Índia professava o hinduísmo.

O novo país era formado por duas regiões: Paquistão Ocidental (atual território do país) e o Paquistão Oriental (atual Bangladesh). Os mais de 150 milhões de paquistaneses (dados de 2006) convivem com diversas línguas: urdu (oficial), punjábi, sindi, pashtu, pathan, balúchi e inglês, dentre outras.

A capital do Paquistão é Islamabad e suas principais cidades são Faisalabad, Karachi, Rawalpindi, Lahore e Hyderabad. Outra curiosidade sobre o país é que o seu nome deriva da palavra "pak" (ritualmente puro), além de conter as letras dos principais povos que o compõem: Punjabs, Afegãos, Kashmirs e Sinds.

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