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Nanociência - Nanotecnologia impulsiona revolução científica

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

Você certamente já ouviu falar em células-tronco e sabe das possibilidades que elas apresentam para a medicina, mas a cura e o tratamento de doenças que afligem os seres humanos já contam também com um outro aliado espetacular: a nanotecnologia. Nos próximos anos, essa inovação deverá revolucionar consultórios e hospitais do mundo inteiro. Mas vamos por partes...

"Nano" é um prefixo que vem do grego "nannós" que significa "excessiva pequenez". Um nanômetro, que é uma unidade de medida, representa um metro dividido por um bilhão, ou seja, 1/10- 9. Portanto, a nanociência é o estudo da natureza nessa escala - atômica - e a nanotecnologia é a aplicação desse conhecimento para a criação de produtos e serviços. Com essas técnicas, os cientistas poderão reorganizar ou desenvolver moléculas e células inteligentes, os nanorrobôs, que oferecem ao ser humano possibilidades inversamente proporcionais ao seu tamanho.

Tratamentos e remédios
Na indústria farmacêutica, por exemplo, a nanotecnologia possibilita a criação de nanocápsulas que - incluídas no interior de um medicamento convencional - vão liberar seu princípio ativo de maneira controlada, no momento certo. Estudos já estão sendo conduzidos por diversas empresas e a previsão é de que esses remédios cheguem ao mercado dentro de cinco anos.

No MIT (Massachussets Institute of Technology) -um dos mais bem conceituados centros tecnológicos do mundo- já se desenvolveu um nanorrobô, feito de material orgânico, que localiza e ataca células cancerígenas de um tecido animal sem afetar as células saudáveis. Os resultados se mostraram mais eficazes do que os dos tratamentos convencionais em ratos de laboratório afetados por câncer de pulmão ou de pele. O tratamento ainda não foi testado em humanos, mas os cientistas preveem que ele estará disponível já na próxima década.

Consertando neurônios
A nanotecnologia também pode se aliar aos tratamentos com células-tronco. Um laboratório de uma Universidade Estadual de Nova York, em Buffalo, desenvolveu nanopartículas cuja função é consertar neurônios - as células do cérebro - danificados por derrames, traumas ou doenças degenerativas como o mal de Parkinson e de Alzheimer. Elas transportam genes que mobilizam as células do cérebro, levando-as a produzir novos neurônios.

Também estão sendo realizados testes nos Estados Unidos com a nanotecnologia para o tratamento da Aids. Entretanto, por mais promissoras que possam parecer as possibilidades oferecidas por essas novas técnicas no campo da medicina, convém lembrar que os riscos de efeitos colaterais não estão descartados. Apesar de serem biodegradáveis, os nanorrobôs talvez possam provocar resultados indesejados conjuntamente aos que se queriam obter.

Efeitos colaterais
Isso significa que a nanotecnologia também vai gerar problemas no campo da bioética e sofrer as mesmas resistências que existem em relação aos OGMs (organismos geneticamente modificados). Vale lembrar que a nanotecnologia já está em uso no âmbito da alimentação, em mais de 500 produtos que contêm aditivos sintéticos na escala nano. Por outro lado, ainda não existe nenhum controle ou legislação sobre eles.

Para o bem ou para o mal, a nanotecnologia não é coisa do futuro, ainda que próximo, mas uma realidade presente. É o que se pode confirmar com certos eletrodomésticos, como os refrigeradores Silver Nano, da empresa coreana Sansung. Eles criam um ambiente protegido contra bactérias e fungos, pois têm a estrutura interna revestida com nano partículas de prata, que fulminam os microrganismos.

A nanotecnologia também já está em uso na indústria têxtil, criando tecidos que não amassam, não sujam e não pegam cheiro. No entanto, isso ainda gera custos muito altos e só quando eles forem reduzidos é que roupas à base de nanotecnologia serão popularizadas.

Como toda nova tecnologia, porém, a nano terá impactos sociais e econômicos: os cientistas acreditam que diversos mercados serão afetados, tornando produtos obsoletos e produzindo desemprego, ao menos num primeiro momento. Isso é o que tem acontecido desde a primeira Revolução Industrial, no século 18, e a sociedade, até o momento, tem se adaptado às novas tecnologias que não devem ser condenadas de antemão.

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