Memória do 11 de setembro - Efeitos do ataque terrorista dois anos mais tarde
É inegável que Osama bin Laden e seus acólitos da Al Qaeda inauguraram uma nova ordem planetária. Passados dois anos da trágica e surreal imagem de Boeings explodindo contra as torres do World Trade Center, o planeta ainda sofre o rescaldo da tragédia de 11 de setembro.
À época, as perspectivas eram diferentes. Encerrada a Guerra Fria, o mundo respirava aliviado sob o funeral da bipolaridade política, militar e ideológica. Das marretadas que colocaram abaixo o Muro de Berlim, emergia, segundo as palavras do ex-presidente americano George Bush, uma Nova Ordem Mundial.
Livres da corrida armamentista, países lançavam-se para as disputas não mais bélicas, mas comerciais. Tinha início a globalização, o movimento do comércio sem fronteiras. As palavras de ordem passavam a ser abertura comercial, redução do déficit público e privatização: era o nascimento do neoliberalismo.
A ideia era substituir o Estado anacrônico do período anterior por um Estado mínimo, ágil e eficiente, centrado nas preocupações sociais.
Mas, após 11 de setembro, o caminho foi outro. Não fossem Bin Laden e as ações terroristas, a hegemonia dos EUA estaria voltada para a construção de um escudo antimísseis, sua proteção contra a ameaça nuclear.
Todos os Estados suspeitos de abrigar ou de apoiar terroristas passaram a se enquadrar no eixo do mal, inimigos declarados dos EUA. George W. Bush ameaçou: "Ou vocês estão do nosso lado, ou estão contra nós". Era o arcabouço da declaração de guerra ao terrorismo, a doutrina Bush.
A Casa Branca assume, em desacordo com o mundo e desconsiderando os organismos internacionais, sua política unilateral. Seu raciocínio é simples: o povo dos EUA foi vítima do maior atentado terrorista da história, portanto cabe a essa nação capturar e punir os culpados.
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