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Mao Tse-tung - Regime comunista causou fome e perseguições na China

Mao Tse-tung - Domínio público
Mao Tse-tung Imagem: Domínio público

Da Redação

(Atualizado em 08/09/2015, às 15h27)

A Revolução Chinesa apresenta uma trajetória que não é marcada apenas pela decolagem econômica iniciada com as reformas pró-capitalismo em 78. Experiências anteriores do Partido Comunista sob Mao Tse-tung (1893-1976) provocaram ondas de fome e perseguição que deixaram milhões de mortos.

"Nada a celebrar", afirma, sobre o cinquentenário da revolução, o jornalista Jonathan Mirsky na revista americana "New Republic". O artigo lembra a "ação destrutiva" do Partido Comunista, que teria provocado a morte de 30 a 60 milhões de pessoas durante o "Grande Salto para a Frente" (1958-1959) e outro tanto na Revolução Cultural (1966-1976).

Guerras e Conflitos

Em 1953, seguindo o modelo soviético, os chineses haviam implantado seu primeiro plano quinquenal de desenvolvimento. O país cresceu, mas não no ritmo desejado por Mao. Assim, em 1958, foi lançado o "Grande Salto", um plano para acelerar a industrialização do país e "superar a Grã-Bretanha em apenas 15 anos". Foram criadas comunas populares no campo, que deveriam produzir aço em pequenos fornos para fabricar ferramentas.

Essa política, mal planejada e apoiada no ''voluntarismo'', teve resultados desastrosos. A produção industrial caiu e as colheitas foram péssimas, provocando uma escassez de alimentos. Deng Xiaoping, que havia apoiado a iniciativa de Mao, passou a criticar o programa: "Um burro é sem dúvida lento, mas pelo menos não cai em buracos", diria depois.

Ainda em 1959, Mao foi forçado a reconhecer os erros cometidos. Renunciou à Presidência da China e foi substituído por Liu Shaoqi. Fortalecido, Deng iniciou reformas para estimular a adoção da pequena propriedade privada.

A reação de Mao veio em 1966. Uma peça de teatro que o criticava indiretamente foi condenada. Com o apoio do Exército, Mao anunciou o início da Revolução Cultural, um novo período de luta entre correntes partidárias, no qual os jovens deveriam criticar seus superiores e derrubar ''velhos hábitos, as velhas ideias e a velha cultura''. Os estudantes maoístas criaram uma "Guarda Vermelha", que passou a atacar os adversários do líder.

Em novembro de 1966, Liu e Deng foram acusados de enveredar pelo "caminho do capitalismo". O primeiro morreu na prisão em 1969. Deng foi torturado, mas sobreviveu. Com a Revolução Cultural, Mao retomou o controle, e o manteve até sua morte, em 1976. Dois anos depois, reabilitado, Deng retomou sua política de abertura.

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