Jerusalém - Cidade é foco dos conflitos religiosos e políticos
Centro de disputas políticas, a cidade santa de Jerusalém foi tomada por uma nova onda de violência. A Intifada ou a Revolta das Pedras ressurgiu após a visita de Ariel Sharon, líder do Likud, à Esplanada das Mesquitas, provocando atos de violência, que se estenderam pela faixa de Gaza e pela Cisjordânia, deixando mais de uma centena de vítimas fatais.
Sagrada para três religiões monoteístas, Jerusalém tem um enorme valor simbólico. Os cristãos a veem como o palco da Paixão de Cristo. Os muçulmanos só não a consideram mais importante que Meca e Medina, mas é o lugar de onde o profeta Maomé ascendeu aos céus. Para o povo de Israel, que atualmente controla a cidade, Jerusalém guarda parte da sua história e seu principal santuário, o Muro das Lamentações.
Reconhecendo seu caráter religioso, a ONU, quando apresentou o Plano de Partilha, em 47, definiu que Jerusalém ficaria sob a administração das Nações Unidas, enquanto a Palestina seria dividida entre dois Estados, um árabe e outro judeu. Mas a primeira guerra árabe-israelense, em 48, mudou totalmente o mapa da região, e Jerusalém acabou dividida entre a administração de Israel e a da Jordânia.
Mais tarde, com a Guerra dos Seis Dias, em 67, os judeus ampliaram seus domínios sobre a Palestina, e Jerusalém, finalmente unificada, passou ao controle de Israel. As divergências deram lugar ao diálogo depois de 93, com a assinatura do Acordo de Oslo. Israelenses e palestinos iniciaram um processo de negociação que tinha como eixo central "terra em troca de paz". Gaza e Cisjordânia passaram aos poucos para o controle da ANP (Administração Nacional Palestina).
Camp David, em agosto, recolocou a questão de Jerusalém. As dificuldades do encontro promovido pelo presidente Bill Clinton frustraram as expectativas de uma paz definitiva. Pressionado, Arafat concordou em transferir para novembro a proclamação do Estado Palestino. Agora, sem Estado e sem capital, procura conter a violência dos extremistas.
Já o líder da oposição se defende afirmando que, ao passear pelos lugares sagrados, apenas exercia um direito democrático. Sabemos que não é bem assim. Sharon, com certeza, ao transitar pela velha Jerusalém, sabia onde e em que estava pisando. Ah, isso ele sabia.
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