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Israel e o muro da discórdia - Construção representa novo obstáculo à paz

Roberto Candelori, Folha de S.Paulo

Em nome da segurança, Israel levanta um novo obstáculo à paz, o muro da Cisjordânia. Israelenses justificam a construção em razão dos constantes atentados promovidos por homens-bomba contra sua população. Para os palestinos, Israel, ao levantar mais essa barreira, pretende ampliar seu domínio e consolidar a ocupação nas áreas em que foram construídas colônias judaicas.

Esse novo obstáculo à paz no Oriente Médio nos remete a outro monumento que foi erguido na Alemanha no início dos anos 60, o Muro de Berlim, maior símbolo da Guerra Fria. Conhecido também como o "muro da vergonha", sua derrubada, em novembro de 1989, representou a rejeição da humanidade à segregação e ao apartheid. Ao mesmo tempo, marcou o reencontro com a tolerância, o respeito à diferença e a democracia.

Primeiro muro do século 21, a obra do premiê Ariel Sharon, que separa o Estado de Israel do território da Cisjordânia, acompanhará o traçado da Linha Verde, limite imposto por Israel às nações árabes após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. A etapa inicial terá a extensão de 121 km de um total previsto de 350 km, ao custo, segundo estimativas, de US$ 1 milhão por quilômetro. Contará ainda com um sistema de vigilância monitorado por câmeras de TV.

Condenado pelo presidente dos EUA, George W. Bush, o muro em construção tem recebido críticas não apenas de palestinos mas também de colonos judeus, que reprovam a decisão.

Os recentes ataques de extremistas palestinos do Hamas e da Jihad Islâmica e as retaliações por parte de Israel condenam definitivamente o "Mapa da Estrada", acordo firmado em abril sob a coordenação dos EUA. Mais distantes da paz, israelenses e palestinos têm agora um novo obstáculo a superar, o muro da Cisjordânia.

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