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Irã desafia os EUA - Após 8 anos de governo reformista, país elege conservador

Roberto Canderoli, Especial para a Folha de S.Paulo

Em junho, a República Islâmica do Irã elegeu para a Presidência o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad. Ex-prefeito de Teerã, Ahmadinejad chega ao poder após vencer as eleições com quase 62% dos 47 milhões de eleitores. Depois de oito anos do governo reformista de Mohammad Khatami, o novo presidente surpreendeu a comunidade internacional, que apostava na vitória do ex-presidente Hashemi Rafsanjani, líder religioso moderado que recebeu apoio dos reformistas.

Com uma retórica dirigida à parcela mais pobre dos iranianos, Ahmadinejad representa a retomada dos valores e dos princípios da Revolução Islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini no final dos anos 70. O novo presidente prometeu combater a corrupção, implantar programas sociais e distribuir as enormes riquezas do país, que é o terceiro maior produtor mundial de petróleo.

O resultado das eleições causou preocupação nos EUA e nos países da União Européia. Responsável pela inclusão do país na relação dos Estados que compõem o "eixo do mal", Washington afirmou que Teerã não está em sintonia com a onda democrática em curso no Oriente Médio. Em resposta, o iraniano defendeu a retomada de seu programa de enriquecimento de urânio e reafirmou o "direito inalienável" do Irã de investir em tecnologia nuclear para fins pacíficos.

Preocupada, a União Européia, agora alinhada aos EUA, suspeita que Teerã tenha a intenção de desenvolver armas nucleares. Washington endurece e ameaça levar o Irã ao Conselho de Segurança da ONU, seguro de que a denúncia trará sanções econômicas.

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