Topo

Atualidades

Interpol - Polícia internacional atua em 186 países

Manuela Martinez, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Por trás do desaparecimento da menina britânica Madeleine McCaan, da prisão do banqueiro Salvatore Cacciola e do roubo das gravuras "Minotauro, Bebedor e Mulheres" e "O Pintor e seu Modelo", do artista espanhol Pablo Picasso, e dos quadros "Casal", do lituano naturalizado brasileiro Lasar Segall, e "Mulheres na Janela", do pintor brasileiro Di Cavalcanti, está a Interpol, uma polícia internacional que atua em 186 países.

O nome completo da Interpol é Organização Internacional de Polícia Criminal e a entidade não participa de nenhuma ação envolvendo política, religião e raça. Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, os agentes que trabalham na Interpol não efetuam prisões e também não existe um presídio para onde os detentos são levados à espera de julgamento ou de uma eventual extradição. O trabalho da Interpol é de inteligência, de armazenamento de dados, de troca de informações com investigadores de países de todos os continentes.

No caso das gravuras e quadros roubados em junho de 2008 na Estação Pinacoteca, em São Paulo, por exemplo, todos os países que integram a polícia internacional foram avisados e, automaticamente, começaram a investigar o crime. O trabalho dos agentes compreende a visita de galerias, antiquários e museus. Caso algum objeto roubado seja localizado, imediatamente os agentes comunicam as autoridades brasileiras. Em relação ao desaparecimento de Madeleine McCaan em um resort de Portugal, a polícia internacional foi acionada para tentar encontrar a menina em qualquer lugar do mundo.



DNA e impressões digitais

Para facilitar o trabalho dos seus agentes, a Interpol mantém uma lista com fotografias de pessoas procuradas em todo o mundo, um arquivo de impressões digitais, além de amostras de DNA e dados contidos nos passaportes. Foram os dados no passaporte e fotografias digitalizadas que ajudaram a Interpol a encontrar o banqueiro Salvatore Cacciola no Principado de Mônaco, em 2007.

A sede da Interpol está localizada em Lyon, na França, e funciona todos os dias do ano. Para manter toda a sua grande estrutura, o organismo conta com verbas enviadas pelos países membros. A parcela de cada contribuição é variável e leva em consideração a importância econômica da nação e a sua área. Em 2007, o orçamento da Interpol foi de US$ 61,4 milhões.



Códigos

Por meio de códigos, a Interpol pode ajudar rapidamente os países membros em suas investigações. De acordo com a própria organização, os alertas são coloridos e codificados. O amarelo significa pessoas desaparecidas; o laranja revela armas escondidas ou itens perigosos; o negro, corpos não-identificados; o vermelho, pessoas procuradas; o verde, informação sobre os principais criminosos e o azul, pessoas relacionadas a um crime.

O embrião da Interpol surgiu em 1923, com a criação da Comissão de Polícia Criminal Internacional, com sede em Viena, Áustria. Na época, a entidade editou uma publicação com a relação de criminosos procurados internacionalmente, principalmente os que tiveram participação na Primeira Guerra Mundial (1914/18). Na Segunda Guerra Mundial (1939/45), com a invasão da Alemanha a vários países, a comissão passou a funcionar em Berlin. Somente depois do conflito, já com a adoção do nome Interpol, a entidade foi transferida para Paris, e, em 1989, para Lyon.

Atualidades