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Hamas - Grupo radical vence Fatah no Parlamento

Roberto Candelori, Especial para a Folha de S. Paulo

Mais de 1,4 milhão de palestinos elegeram em janeiro seu novo Parlamento. O grupo radical Hamas, Movimento de Resistência Islâmica, venceu o Fatah e conquistou 76 das 132 cadeiras e deverá indicar o próximo primeiro-ministro para comandar a ANP (Autoridade Nacional Palestina), encarregada de administrar as áreas sob domínio palestino e de negociar a paz com Israel.

Na carta de fundação, o Hamas defende a destruição do Estado de Israel e o estabelecimento de um Estado teocrático na palestina histórica. Mais conhecido por seu braço militar, responsável pelas ações terroristas e pelas inúmeras operações suicidas contra Israel, o Hamas possui também um braço político que desenvolve programas sociais que incluem a construção de escolas e de hospitais.

Frontalmente contrário ao Acordo de Oslo de 1993, que reconhece o Estado de Israel, o Hamas ganhou destaque pela oposição sistemática ao Fatah, de Iasser Arafat, recusando-se a participar do jogo político. Farto das denúncias de corrupção envolvendo membros da ANP e estimulado pela crescente popularidade entre os palestinos, o grupo decidiu enfrentar as urnas. Sua vitória surpreendeu o mundo.

A participação do Hamas no processo eleitoral indica que os extremistas da organização estão perdendo terreno. Surpresa, a comunidade internacional, sob pressão dos Estados Unidos e de Israel, reafirma que o grupo não passa de uma organização terrorista que recusa o diálogo político. Enquanto aguarda uma declaração das lideranças do Hamas sobre se pretendem abrir mão da luta armada, prossegue com ameaças de cortar a ajuda financeira para a ANP.

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