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Guerra de Iom Kipur - Após 30 anos, conflito árabe-israelense ainda não terminou

Roberto Candelori, Folha de S.Paulo

Após 30 anos, a Guerra do Iom Kipur, último conflito árabe-israelense, parece não ter terminado. Israel bombardeou a Síria em represália ao atentado terrorista assumido pela Jihad Islâmica em Haifa. Supostos militantes do grupo palestino utilizavam um campo de treinamento próximo a Damasco. A Síria nega a existência de bases terroristas no país.

Alinhado ao princípio da "ação preventiva", da Doutrina Bush, o premiê Ariel Sharon foi categórico: "Israel não vai deixar de proteger seus cidadãos, e atacaremos nossos inimigos onde quer que estejam". Bush completou: "Nós teríamos feito o mesmo".

A tensão entre Israel e Síria completou 36 anos sem solução. Damasco exige a devolução das colinas de Golã, território conquistado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexado a partir de 1981. Empenhados na reconquista dos territórios perdidos em 1967 (colinas sírias do Golã e península egípcia do Sinai), o Egito e a Síria atacaram Israel em outubro de 1973, no feriado judaico do Iom Kipur (Dia do Perdão). Israel derrotou os árabes e manteve seu domínio sobre os territórios.

Terminada a guerra, os países árabes utilizaram o petróleo como arma política. Por meio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), majoraram os preços, reduziram a produção e boicotaram o fornecimento aos que apoiavam Israel, provocando uma crise mundial.

Sob a presidência de Anwar Sadat, o Egito rompeu com o mundo árabe e assinou, em 1979, um acordo de "paz em separado" com Israel. O Acordo de Camp David possibilitou a Sadat reconquistar a península do Sinai. A Síria, isolada e frágil militarmente, continua a exigir suas terras e não contava com a agressão israelense. Recorreu à ONU, que, na atual conjuntura, nada pode fazer diante da parceria Bush-Sharon.

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