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Força de paz na Libéria - EUA envia tropas e presidente africano renuncia

Roberto Candelori, Folha de S.Paulo

Com o envio de tropas americanas à Monróvia, capital da Libéria, na última sexta-feira, foi finalmente resolvido o impasse que punha, de um lado, o presidente Charles Taylor, que só renunciaria após a chegada de uma força internacional de paz, e, de outro, George W. Bush, dos EUA, que afirmava considerar o envio das tropas somente depois que Taylor renunciasse e deixasse o país.

Apesar da decisão do presidente americano, dezenas de liberianos continuam sendo sacrificados nessa luta, que opõe forças leais ao governo a grupos rebeldes.

A Libéria surgiu em 1841 para receber, em solo africano, os escravos americanos recém-libertados. Apesar de mal-vistos pelos nativos, por falarem inglês e praticarem a religião cristã, esses "repatriados" transformaram-se na força política dominante.

O atual conflito, no entanto, começou com o golpe ocorrido em abril de 1980, quando o sargento Samuel Doe depôs o presidente William Tolbert. Doe proscreveu os partidos políticos, suspendeu a Constituição e enfrentou os protestos da população.

Em 1985, convocou eleições e conquistou o poder sem a participação das forças de oposição. Guerrilheiros rebeldes assassinaram Doe em setembro de 1990, mergulhando o país numa sangrenta guerra civil.

Em 1993, com a intervenção da ONU, foi assinado um acordo de paz que garantia uma trégua entre o governo provisório de Amos Sawyer e as forças rebeldes, mas as disputas continuaram.

Com as eleições de 1997, assumiu a Presidência o líder rebelde Charles Taylor, que passou a controlar autoritariamente o governo e a perseguir os partidos de oposição, acirrando os conflitos. Taylor enfrenta também acusações da Corte Penal Internacional em razão de crimes cometidos durante a guerra civil de Serra Leoa.

O que se espera é que a renúncia de Taylor abra uma perspectiva de paz e ponha fim aos 14 anos de conflito que vitimaram, pelo menos, 200 mil liberianos.

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