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Escândalo do "mensalão" - Câmara cassa mandato de José Dirceu

Da Redação, Em São Paulo

Após as denúncias de envolvimento com o escândalo do "mensalão", José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, foi cassado pela Câmara dos Deputados na noite do dia 30 de novembro. Ele ficará inelegível até 2015, quando terá 70 anos.

Por 293 votos a 192, o ex-homem forte de Lula perdeu seu mandato de deputado federal (PT-SP). "Eu não fui cassado por corrupção, a minha cassação foi política", disse.

Sua derrocada política teve início com a acusação do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), em entrevista a Folha de S.Paulo no dia 6 de junho deste ano. Ele, que também foi cassado, disse que Dirceu seria o chefe do esquema do "mensalão", em que o PT, por meio de seu tesoureiro Delúbio Soares, distribuíra R$ 30 mil por mês a deputados do PP e do PL em troca de apoio ao governo.

"Eu não tenho convicção de que tenha havido 'mensalão'", disse Dirceu. Para ele, Delúbio Soares (expulso do partido) é "honesto", porque "não houve enriquecimento ilícito da parte dele".

Durante os 112 dias de seu processo, Dirceu lutou para impedir a perda do mandato. Entretanto, não se diz arrependido por não ter optado pela renúncia, o que por lei lhe permitiria concorrer às próximas eleições. "Eu Sabia que corria esse risco [de ser cassado]".

Sobre os planos para o futuro, o ex-deputado afirmou que voltará a trabalhar como advogado em São Paulo e que vai escrever um livro em parceria com o escritor Fernando Morais sobre os 30 meses que passou à frente da Casa Civil. "Eu não vou fazer um livro 'chapa branca', eu quero discutir o país", disse. Dirceu disse que vai contar "tudo que é necessário" para relatar sua passagem pelo governo.

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