Desenvolvimento sustentável - Equilíbrio entre interesses econômicos e ambientalistas é o desafio
O desenvolvimento sustentável, cuja colocação em prática é a razão da Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), realizada em agosto e setembro de 2002, pretende criar um modelo econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar e, ao mesmo tempo, promover a coesão social e impedir a destruição da natureza.
Por isso coloca na berlinda o modelo de produção e consumo ocidentais, que ameaça o equilíbrio do planeta.
O desenvolvimento sustentável abrange os aspectos econômico (crescimento do Terceiro Mundo), social (integração e solidariedade entre o Norte e o Sul) e ambiental (preservação dos bens mundiais de todos e regeneração dos recursos naturais).
Além disso, se preocupa com os problemas a longo prazo, enquanto o atual modelo de desenvolvimento fundado em uma lógica puramente econômica se centra no "aqui e agora".
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1980 por um organismo privado de pesquisa, a Aliança Mundial para a Natureza (UICN). Em 1987, o conceito apareceu em um informe realizado pela ex-ministro norueguesa Gro Harlem Brundtland para a ONU (Organização das Nações Unidas), no qual se dizia que um desenvolvimento é duradouro quando "responde às necessidades do presente sem colocar me perigo as capacidades das gerações futuras para fazer o mesmo".
"A formulação do conceito de desenvolvimento sustentável implicava o reconhecimento de que as forças de mercado abandonadas à sua livre dinâmica não garantiam a não-destruição dos recursos naturais e do ambiente", afirma o economista e consultor ambiental espanhol Antxon Olabe.
Na Eco-92, cúpula realizada no Rio de janeiro, essa expressão foi o centro das discussões.
Desde então, em um extremo se situam os ecologistas puros e radicais, que defendem um crescimento zero para pôr fim aos esgotamento dos recursos. Em outro lado, estão aqueles que acham que o progresso tecnológico permitirá resolver todos os problemas do ambiente.
Essa segunda visão é utilizada para explicar atitudes como a do presidente norte-americano, George W. Bush, que anunciou que Washington não ratificará o Protocolo de Kyoto (1997), sobre a redução dos gases que produzem o efeito estufa.
A primeira interpretação do termo, que considera incompatível o desenvolvimento econômico com respeito ao ambiente, foi lançada em 1972 em um informe dos universitários do chamado Clube de Roma.
Mas esse enfoque é solidário apenas em relação à natureza e não aos países em vias de desenvolvimento que criticam que não podem interromper um crescimento que ainda não se iniciou.
O termo desenvolvimento sustentável não facilitou as discussões no Rio de Janeiro há exatamente dez anos, onde os países do Norte tentaram defender o direito a um ambiente saudável e dos Sul, que simplesmente queriam o direito de se desenvolver.
Por isso o documento que resultou daquele encontro, a Agenda 21, é um conjunto de 2.500 recomendações nunca foram aplicadas.
O desafio da Rio +10 será concretizar esses compromissos que combinam desenvolvimento econômico, social e cuidado com o ambiente.
A tarefa se apresenta menos ambiciosa, já que nos últimos dez anos os países continuaram fazendo da economia a prioridade de seu desenvolvimento e se confessaram incapazes de poluir menos ou de dedicar mais dinheiro público para o bem-estar de todos.
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