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Cristina Kirchner - Primeira presidenta eleita na Argentina

Manuela Martinez, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

A Argentina, país que teve uma das mais carismáticas primeiras-damas do mundo e a primeira mulher a ocupar a presidência na América Latina, voltou a destacar figuras femininas na história. Em 2007, a senadora Cristina Fernández de Kirchner tornou-se a primeira mulher a ser eleita presidente da Argentina.

A Argentina tem no Brasil o seu principal parceiro comercial, além de ser a segunda maior economia do Mercosul.

A Argentina já teve uma mulher ocupando o cargo político mais elevado: Maria Estela Martinez de Perón, a Isabelita, governou o país entre 1974 e 1976. Porém, diferente de Cristina Kirchner, eleita pelo voto popular, Isabelita, que era vice-presidente, somente chegou à Casa Rosada (sede do governo argentino) com a morte do marido, Juan Domingo Perón.

Mas muito antes de Cristina Kirchner e Isabelita Perón, outra mulher marcou a história política da Argentina: a primeira-dama Eva Maria Ibarguren, ou simplesmente Evita, que também foi casada com Juan Domingo Perón.

A vitória de Cristina Kirchner guarda muitas semelhanças com o processo eleitoral que levou o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República por duas vezes consecutivas.



Derrota nas grandes cidades

Para derrotar os seus adversários, Cristina Kirchner contou com os votos dos mais pobres, que moram principalmente nas pequenas e médias cidades. O presidente Lula também consolidou a sua vitória entre os menos favorecidos, justamente as famílias beneficiadas com os programas sociais do governo. Na capital, Buenos Aires, e em Córdoba, duas das maiores cidades argentinas, Cristina Kirchner foi derrotada.

A exemplo do que acontece com o Bolsa-Família (programa social de distribuição de renda do governo brasileiro), na Argentina os programas sociais públicos também fazem doações em dinheiro às famílias mais pobres. Nas províncias (Estados) onde os índices de pobreza estão próximos de 50% da população, cada pessoa ou família recebe, no mínimo, 150 pesos por mês (R$ 83 reais, valor de outubro de 2007).

Outro aliado importante da senadora argentina que chegou à presidência foi o seu marido, o presidente Nestor Kirchner, que aumentou a sua popularidade com a adoção de algumas medidas econômicas. Justamente em 2007, ano das eleições, o presidente Kirchner ampliou em 45% os gastos das empresas estatais, reduziu os impostos dos trabalhadores que ganham menos, aumentou o valor das aposentadorias e deu subsídios aos setores que mais empregam no país, como a construção civil.

Foi na administração de Nestor Kirchner que a Argentina registrou uma das maiores recuperações econômicas de sua história. Entre 2001 e 2002, com uma dívida considerada por especialistas como impagável, o país pôs fim à paridade entre o peso (moeda local) e o dólar e decretou a moratória.



Exemplo chileno

Antes da vitória de Cristina Kirchner, outra mulher também chegou à presidência em um país da América do Sul. Em março de 2006, Michelle Bachelet tomou posse como presidente do Chile.

Assim como sua colega na Argentina, Bachelet, que é médica, também foi a primeira mulher a chegar à presidência do Chile, país que, no começo da década de 70, foi marcado por um violento golpe militar, responsável por levar ao poder o general Augusto Pinochet. Morto em dezembro de 2006, Pinochet comandou o país entre 1973 e 1990.

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