CPI dos cartões - Como o cartão de crédito é usado no mundo
O uso indevido de cartões de crédito por funcionários do governo federal tomou conta dos noticiários a partir do final de janeiro de 2008. O problema é grave e já resultou até na demissão da ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Além disso, fala-se até na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o assunto. Mas nem tudo são escândalos no que se refere a essa modalidade de pagamento de contas.
Nos últimos cinco anos, poucos setores no Brasil apresentaram o mesmo crescimento do que o do "dinheiro de plástico", entre os quais se destaca o cartão de crédito.
Entre 2004 e o final de 2007, a expansão média foi de 20% ao ano, de acordo com a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).
Em dezembro de 2007, o Brasil ocupava o oitavo lugar no ranking mundial de cartões, com cerca de 420 milhões de unidades (mais de duas vezes a população do país), somando todas as modalidades: crédito, débito, loja e rede.
Globalização
Criado na década de 1920 nos Estados Unidos, os cartões de crédito eram utilizados praticamente em postos de gasolina, restaurantes, hotéis e empresas que queriam agradar os seus clientes mais fiéis. Entretanto, o cartão ganhou mais projeção com o surgimento dos grandes blocos econômicos (União Europeia e Mercosul, por exemplo), a globalização e o advento da Internet.
Pesquisas realizadas por empresas especializadas constataram que, em 2006 e 2007, os cartões lideraram os pagamentos das compras feitas pela Internet em todo o mundo - de cada dez consumidores, seis optaram pelo "dinheiro de plástico", o que revela uma mudança radical em relação à sua origem.
No Brasil, de acordo com as projeções, o setor deve manter o mesmo ritmo de crescimento nos próximos anos por dois motivos básicos: o lançamento do cartão de crédito para desconto em folha de aposentados e pensionistas do INSS - um mercado potencial de 8 milhões de novos clientes - e a expansão dos cartões oferecidos por empresas, principalmente lojas e supermercados.
Ilusão
Um dos meios mais utilizados em todo o mundo, o cartão de crédito também pode comprometer as finanças do seu proprietário porque representa - especialmente para as pessoas que não sabem se controlar - uma ilusão de poder de compra.
Para evitar surpresas desagradáveis, o titular do cartão deve observar duas regras básicas: o limite de crédito e efetuar o pagamento da fatura no prazo estabelecido pela operadora - evitando pagar juros. As compras parceladas no cartão também embutem juros. E, como não existe uma taxa de juros tabelada, as financeiras dos cartões decidem o valor que os clientes devem pagar.
Além disso, convém lembrar que os cartões também têm um custo administrativo e as bandeiras mais conhecidas cobram anuidade dos seus clientes.
Fraude
Mesmo com o avanço da tecnologia, as operadoras de cartões ainda não conseguiram desenvolver um sistema para impedir a ação dos fraudadores. No entanto, com um pouco de atenção, qualquer pessoa pode se proteger dos golpes.
Algumas medidas básicas devem ser tomadas, sempre: não passar a senha para ninguém, somente efetuar compras em sites seguros, anotar o dia e o estabelecimento onde utilizou o cartão durante o mês, evitar locais "inseguros" para digitar os dados dos cartões (nos cyber-cafés, por exemplo, podem existir programas que copiem os seus dados bancários), jamais deixar o cartão sem assinatura, nunca emprestá-lo e, se efetuar pagamentos em máquinas manuais, inutilizar o carbono em seguida.
Em caso de perda, roubo ou extravio, avise imediatamente a central de atendimento de sua operadora, jamais anote a senha no verso do seu cartão, mantenha o seu sistema operacional e programa de antivírus atualizados e nunca assine formulários em branco. Tomando essas precauções e utilizando o "dinheiro de plástico" com racionalidade, certamente, você não terá nenhuma surpresa desagradável com o cartão de crédito.
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