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Irlanda do Norte - IRA troca luta armada por política

Roberto Candelori, Da Folha de S.Paulo

Depois de 30 anos, o IRA (Exército Republicano Irlandês), grupo terrorista católico da Irlanda do Norte, anunciou no dia 28 de julho o fim da luta armada. Com a decisão, o grupo põe fim à violência que deixou mais de 3.000 mortos no Reino Unido.

O conflito na Irlanda do Norte (Ulster) divide católicos e protestantes. De um lado, a maioria protestante, unionista e defensora da manutenção dos laços com a Coroa britânica. De outro, a minoria católica nacionalista, partidária da soberania irlandesa e da posterior unificação com a República da Irlanda.

Antigas, as divergências se agravaram a partir do final dos anos 60, quando o governo britânico ocupou militarmente o Ulster, dissolveu o Parlamento e assumiu a administração do país. Em 1972, no conhecido episódio do "Domingo Sangrento", mais de uma dezena de jovens católicos foram mortos. O acontecimento é lembrado na canção "Sunday Bloody Sunday", do grupo irlandês U2.

Em 1998, a Irlanda do Norte esteve próxima da paz com o Acordo da Sexta-Feira Santa, que deu relativa autonomia ao país e dividiu o poder entre católicos e protestantes, mas o IRA se recusou a entregar as armas.

Desta vez, o grupo católico abandona a luta armada, mas não seus objetivos políticos. Continua defendendo o fim do domínio britânico e a posterior reunificação com a República da Irlanda, mas unicamente pela via política.

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