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Desmatamento da Amazônia - O que ele tem a ver com escassez de chuvas no Brasil?

Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Imagem: Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Carolina Cunha

da Novelo Comunicação

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. Não apenas a sua rica biodiversidade, mas sua relação com o clima também tem grande importância para o planeta.

Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Amazônia influencia na geração de chuvas e na manutenção do clima ameno e sem grandes eventos extremos da América do Sul. É o que aponta o relatório "O futuro climático da Amazônia", divulgado em 2014, no qual os cientistas mostram a relação entre a Amazônia e a regulação do clima no planeta.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

A atmosfera é carregada de gotículas de água em estado gasoso, mais leves que o ar. Esses são provenientes da evaporação da água dos oceanos e quando se juntam formam as nuvens. Quando as nuvens ficam “carregadas”, as gotículas caem em forma de chuva.

Os cientistas brasileiros do INPE citam a chamada “teoria da bomba biótica de umidade”, para nos ajudar a entender a função climática que a Amazônia teria.

A teoria proposta pelos físicos russos Anastassia Makarieva e Victor Gorshkov diz que o fenômeno de chuvas longe da costa é possível graças à existência de florestas. A transpiração das plantas seria responsável por criar um fluxo de vapor de água que é lançado à atmosfera, capaz de reduzir pressão e arrastar o ar úmido, no que seria uma espécie de “bomba de elevar vapor”.

Makarieva e Gorshkov afirmam que o desmatamento de uma floresta pode reduzir a incidência de chuvas em até 95%, transformando o local num deserto.

O que os pesquisadores do INPE concluíram é que a Amazônia tem uma grande capacidade de puxar a umidade do oceano para o continente. Em lugares sem cobertura florestal, o ar que entra no continente acaba secando e resulta em desertos em terrenos distantes do litoral.

A floresta amazônica atuaria então como uma bomba d'água que “puxa” a umidade dos oceanos. Na Amazônia, as árvores extraem grande volume de água do solo e do oceano e o lança na atmosfera através da transpiração.

Segundo o relatório, cada árvore amazônica de grande porte pode evaporar mais de mil litros de água por dia. A estimativa é que floresta amazônica transpire 20 bilhões de toneladas de água por dia (20 trilhões de litros).

A grande umidade evaporada pelas árvores gera “rios voadores” na atmosfera, que carregam vapor e geram correntes aéreas (ventos) que irrigam regiões distantes. O fluxo de água é conduzido por territórios a leste dos Andes e para áreas continente adentro, no sentido oeste e sudeste.

A Amazônia também seria responsável por evitar eventos climáticos extremos em regiões de florestas e arredores. Isso porque a copa das árvores provoca um efeito de “frenagem’ dos ventos que vem do oceano, o que equilibra a distribuição e o efeito dissipador da energia dos ventos. Assim, sua cobertura vegetal seria uma proteção contra furacões e tornados.  

Por esse motivo, o desmatamento da Amazônia ameaça não apenas quem vive na região hoje coberta pela floresta, mas também quem vive além dela.

O desmatamento altera os padrões de pressão e pode causar o declínio dos ventos carregados de umidade que vem do oceano para o continente. Sem árvores, a chuva na região pode cessar por completo.

DIRETO AO PONTO

A Amazônia não é apenas a maior floresta tropical do mundo. Ela influencia na geração de chuvas e na manutenção do clima ameno e sem grandes eventos extremos da América do Sul.

 

Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostra que existe uma a relação direta entre a Amazônia e a regulação do clima no planeta e, consequentemente, com a frequência das chuvas em outras regiões.

 

O que os pesquisadores do INPE concluíram é que a Amazônia tem uma grande capacidade de puxar a umidade do oceano para o continente. Em lugares sem cobertura florestal, o ar que entra no continente acaba secando e resulta em desertos em terrenos distantes do litoral. A floresta amazônica atuaria então como uma bomba d´água que “puxa” a umidade dos oceanos.

 

Com o avanço do desmatamento, a floresta tem os padrões de pressão alterados, o que pode causar o declínio dos ventos carregados de umidade que vem do oceano para o continente. Sem árvores, a chuva na região pode cessar por completo.

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