1ª parte do livro Memórias de um Sargento de Milícias - Manuel Antonio de Almeida
Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça embarcam para o Brasil. Entre pisadelas e beliscões os dois jovens portugueses enamoram-se, envolvem-se e, meses mais tarde, nasce Leonardinho, o protagonista do romance. É, estranhamente, um menino gordo e grande, apesar de ter nascido tão cedo. A parteira e o barbeiro são seus padrinhos de batismo.
Leonardo Pataca descobre-se traído por Maria e surra a mulher. O amante que estava com ela desaparece. Leonardinho rasga uns documentos que o pai esquecera sobre a mesa. O pai dá-lhe um pontapé que o manda longe. O menino vai viver com o padrinho. Maria da Hortaliça já não se encontra com o marido, pois fugira para Portugal com o capitão de um navio.
O padrinho protege Leonardo. A madrinha cobra energia do barbeiro. Acha que Leonardo precisa ser castigado, já que é levado demais. O padrinho quer o afilhado padre, pois anda apreensivo com o futuro do pequeno.
Apaixonado por uma cigana que não o quer, Leonardo Pataca acaba preso, por recorrer a bruxarias, a fim de conquistá-la. Quem o prende é o Major Vidigal.
O narrador fala de Vidigal, um homem temido e influente, apesar de parecer mole e lento. Ele é cruel com os que não trabalham e não tem piedade dos criminosos. Todos os que participavam da cerimônia de feitiçaria com Leonardo são chicoteados, para que dancem, até que não mais aguentem. Leonardo Pataca acaba na cadeia.
A comadre consegue libertar Leonardo Pataca. Leonardinho dorme em um acampamento cigano depois de seguir a procissão.
Fala da comadre, de seus momentos de esperteza e dos de inocência, da profissão de parteira, de suas benzedeiras, cochichos e rezas.
A Comadre pedira a um tenente-coronel seu conhecido que conseguisse do rei algum benefício para Leonardo Pataca.
Conta-se a história do padrinho, que se apossou das economias de um capitão, às portas da morte, ao invés de entregá-las à filha do falecido, conforme prometera. O dinheiro proporciona-lhe uma vida boa e confortável.
Leonardo fora libertado, porque o tenente-coronel tinha um filho que seduzira Maria da Hortaliça em Portugal, deflorando-a e abandonando-a, em tempos passados, e ajudar Pataca foi uma forma de pagar pelo mal cometido pelo filho.
Leonardinho não tem vocação para padre e é lerdo para aprender. O padrinho preocupa-se por ele. A vizinha briga com o petiz, que a imita. O padrinho, que já discutira com ela, por causa da desavença com o pequeno, diverte-se com a imitação feita.
Na escola, Leonardinho é punido constantemente com a palmatória, pois só faz travessuras. Termina abandonando os estudos, depois de muito fugir da escola.
Leonardinho fica amigo de um garoto que é coroinha e diz ao padrinho que também gostaria de servir na Igreja, como o outro. Em verdade, por ser malandro demais e não gostar dos estudos, o menino pretende encontrar um meio de fazer mais peraltices. Como o barbeiro tem vontade que o pequeno siga a carreira sacerdotal, imagina que será bom que ele comece a conviver no meio eclesiástico. Sabe que, apesar de tê-lo feito frequentar a escola novamente, o afilhado não se empenha e vive fugindo das aulas.
Os meninos, que se tornaram amigos em uma das fugas de Leonardinho, vingam-se da vizinha com a qual o padrinho brigara, jogando fumaça de incenso em seu rosto e também lhe entornando um pouco de cera na mantilha que estava usando.
A cigana com a qual Leonardo Pataca se havia envolvido é amante de um padre que exerce a função de mestre de cerimônias da Igreja da Sé. Ele deverá proferir o sermão, por ocasião de uma festa que ocorrerá na igreja em questão. Um capuchinho italiano toma-lhe o lugar no púlpito, quando o padre se atrasa para a cerimônia. Em realidade, o grande responsável pelo problema é Leonardinho, que lhe informa o horário do acontecimento com uma hora de diferença do que deveria ser. Acaba sendo mandado embora, pelo que fez.
Chico-Juca é contratado para comparecer a uma reunião festiva que ocorrerá na casa da cigana da qual Pataca gosta. É a forma que o pai de Leonardinho arranja para se vingar dela e do padre com o qual se envolvera. Não satisfeito com o que já programara, Pataca complementa sua vingança, avisando o Major Vidigal do que está ocorrendo. O padre vai parar na cadeia, para a satisfação de Leonardo.
As coisas encaminham-se muito mal para o padre flagrado pelo Major. Arrependido e humilhado, ele toma a decisão de deixar a amante cigana. Mesmo desagradando a comadre, que tanto o ajudara, Leonardo Pataca retoma o relacionamento com a traidora e é recriminado por sua atitude. Chocada, a comadre o repreende.
A gorda D. Maria simpatiza com Leonardinho. Ela aprecia demais as demandas ou ações judiciais. Quando acontece a procissão recebe o Compadre em sua casa, além do afilhado. Também estão lá a Comadre e a vizinha, que tem a saia pisada pelo pequeno peralta, enquanto todos falam a respeito das traquinagens que ele faz o tempo todo. Leonardinho rasga a saia da mulher e continua a centralizar o assunto da conversa, já que trocam ideias sobre seu futuro. Para a velha senhora dona da casa, em toda a sua bondade e amor pelos menos afortunados, o menino deve-se tornar um "procurador de causas", pois seria o melhor para ele.
Mais velho, Leonardo Pataca junta-se a Chiquinha, filha da Comadre, com quem acabará tendo uma filha. Quanto a Leonardinho, torna-se, segundo o narrador, um "vadio-mestre", um "vadio-tipo". Vão por água abaixo os planos feitos para ele pelo compadre, pois não se torna padre. Tão pouco segue os desejos da Comadre ou de Dona Maria. Sem trabalho, sem preocupações, leva a vida aventureira que lhe é tremendamente agradável.
Faz visitas a D. Maria, acompanhando o padrinho. A velha senhora vencera mais uma de suas demandas, tornando-se tutora de uma sobrinha órfã chamada Luisinha. A moça veio da roça e é uma pessoa desengonçada, alta e magricela. Sua herança havia sido de mil cruzados. Leonardinho tem dificuldade em controlar o riso quando a conhece, em um longo vestido de chita roxa, muito deselegante. E sempre se ri, quando se lembra dela. E sempre se lembra dela.
Leonardinho e Luisinha aproximam-se gradativamente e o amor entre eles começa a brotar.
Depois que acontece a Festa do Divino, o casal torna-se mais unido e íntimo, fortalecendo os sentimentos que nutrem um pelo outro.
Visitando D. Maria, padrinho e afilhado veem-se diante do Sr. José Manuel, um velhaco de primeira, que adula a velha para conseguir chegar até Luisinha. Suas pretensões visam à herança que a moça deverá receber com a morte de D. Maria, já que será a única beneficiária da tutora.
A Comadre une-se ao Compadre, a fim de traçarem seus planos para desarmar a tramoia de José Manuel e auxiliar o afilhado.
Leonardinho já se apercebeu das intenções de José Manuel e sente vontade de cortar-lhe o pescoço com uma navalha do Compadre. Seu padrinho, entretanto, aconselha-o e procura acalmar-lhe os ciúmes. O rapaz, muito desajeitado, consegue se declarar a Luisinha, após idas e vindas bastante cômicas, tremores e dúvidas, risos nervosos e um extremo desgaste.
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