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Análise do livro Memórias de um Sargento de Milícias Manuel Antonio de Almeida Stockler Vestibulares* Queda da idealização romântica dos personagens, mostrando-nos, inclusive, a figura de um anti-herói como protagonista do enredo. Enfoque de época (tempo) diferenciado do habitualmente apresentado pelos romances românticos. Fala-se do período da vinda da família real para o Brasil, do tempo em que D. João VI refugiou-se no Rio de Janeiro, ou seja, do início do século 19. Apresenta-se a vida suburbana do Rio de Janeiro, os subúrbios cariocas constituem o espaço estilizado, em contraste com a vida da corte, que normalmente surge em obras do Romantismo. A linguagem é popularesca, coloquial, mais de acordo com pessoas de nível cultural inferior, pertencente a camadas sociais simples. Contraste entre posturas moralizantes e atitudes que vão contra os preceitos morais. Retrata o grupo dos portugueses que povoam o Rio de Janeiro da época, com seus costumes e peculiaridades. Traz, em sua essência, traços carnavalizados, como o contraste entre as propostas de seriedade e ordem e os momentos de completa desorganização. Enquadram-se, ainda, como componentes dos referidos traços, a forte presença do humor na obra. O caricatural, o que faz rir, a ironia, misturam-se em um conjunto que retrata o ridículo de diversas situações retratadas. Temos uma obra ainda romântica, porém com certo caráter picaresco, herança espanhola que traz à tona uma visão divertida de determinada época. Não há o predomínio da linearidade na obra, pois acontecem digressões e a quebra do enredo interrompe comentários, explicações. Várias tramas desenvolvem-se ao mesmo tempo, sendo Leonardo, o personagem central, responsável por atá-las tornando-se o elo entre elas, o que permite que a obra seja denominada também de novela. Uso da linguagem conotativa ou figurada. No final, a vida de Leonardo organiza-se, tudo se encaixa satisfatoriamente, mostrando-nos mais claramente a presença do Romantismo no texto. Aparecem diversas explicações sobre a obra na própria obra, o que demonstra o uso da metalinguagem pelo autor. O foco narrativo é em terceira pessoa, com um narrador onisciente, que interfere no texto, faz observações e busca contato com o leitor (tentativa de diálogo). Existe dinamismo e ação em todo o decorrer da história. Ao final da obra, o que impera é a ordem sobre a desordem, fechando-se o processo de carnavalização. Forma-se, no todo, um grande painel do Rio de Janeiro na época enfocada. A crítica social pode ser sentida no desenvolvimento da trama. Leonardo foi o precursor de Macunaíma, o qual só surgiria no Modernismo. Análise: Leia mais: *O Stockler Vestibulares foi fundado em 1984, em São Paulo. |
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