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Angústia - Graciliano Ramos

Do Banco de Dados da Folha

Romance em que Luís da Silva, funcionário público e escritor frustrado, confessa de forma desesperada um homicídio. A vítima, Julião Tavares, havia conquistado a mulher que Luís amava.

A construção caótica do texto reflete o estado mental de um sujeito feio que se apaixonara por uma jovem de cabelos de milho, unhas pintadas, beiços vermelhos e o pernão aparecendo. Aqui, o humilhado se vinga com palavras.

Síntese
Luís da Silva tem 35 anos, é funcionário público, escreve eventualmente para os jornais e leva uma existência que se poderia considerar, em todos os aspectos, ordinária. No entanto, o seu mundo interior, cheio de "estranhos hiatos", está longe de ser banal. Narrador de sua própria história, Luís da Silva vive ruminando frustrações intelectuais, memórias da infância, o desejo incontrolável pela vizinha Marina e o ódio pelo bem-sucedido Julião Tavares, que lhe rouba a pretendente.

Escrito num andamento de pesadelo, mas com a concretude do pequeno detalhe cotidiano que é a marca do estilo de Graciliano Ramos (1892-1953), Angústia faz uma lenta imersão na consciência desse personagem complexo e atormentado, que afunda no inferno do ciúme e do ressentimento até cometer um ato extremo.

Como bem observou o crítico Otto Maria Carpeaux, "todos os romances de Graciliano Ramos são tentativas de destruição" - e este não foge à regra. "Não sou um rato, não quero ser um rato", repete para si o protagonista.

Lançado em 1936, quando o autor estava preso pelo governo de Getúlio Vargas, o livro ganhou o prêmio "Lima Barreto", da Revista Acadêmica, e contribuiu para fazer de Mestre Graça (como era conhecido pelos amigos) um dos maiores escritores da literatura brasileira.

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