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História do Cerco de Lisboa - José Saramago

Do Banco de Dados da Folha

"A História do Cerco de Lisboa" se divide em duas histórias: a real, do cerco a Lisboa no ano de 1147 (quando os portugueses, com ajuda dos cruzados, tomaram a cidade aos mouros), e a fictícia, que surge aos poucos na cabeça do revisor Raimundo Silva, depois de alterar injustificadamente certa frase nas provas de um livro, mudando a história com a simples força de um "não".

Síntese
Não é Lisboa que está cercada - mas sim a própria história.

Raimundo Silva, revisor de livros, introduz num tratado de história (intitulado "História do Cerco de Lisboa") um erro voluntário: os cruzados não ajudaram os portugueses a conquistar Lisboa.

É um "não" que desvirtua o acontecido, ao mesmo tempo em que exalta o papel do escritor, capaz de modificar tão facilmente o que estava consagrado.

Para além das decorrências dessa história, Raimundo Silva vai viver outra, com sua editora Maria Sara. Juntos, espelham uma história vivida por outro casal, há séculos, durante o cerco de Lisboa.

Neste romance, publicado pela primeira vez em 1987, José Saramago explora com engenho e paixão os espaços da literatura e da história, como já fizera em "Memorial do Convento", "O Ano da Morte de Ricardo Reis" e "Jangada de Pedra", e como viria a fazer depois em outras obras igualmente notáveis, como "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" e "In Nomine Dei".

Raimundo Silva não voltará a ser o sujeito paciente que era, porque seu ato de rebeldia o faz assumir outro posto na vida.

Ao longo da prosa inimitável de um dos maiores escritores da nossa língua, são vários cercos, então, que vão caindo: tanto o cerco histórico da cidade de Lisboa como o imaginário, recontado por Raimundo, e, finalmente, o compreensível, mas inaceitável cerco que o impede de comunicar-se com a mulher do seu afeto.

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