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Gêmeas passam na USP: uma vai para a USP Leste e a outra vai para Butantã

Giovanna Trevisan, 17, foi aprovada na USP Leste e levava o trote na matrícula; sua irmã gêmea, Mariana, vai estudar no campus da USP que fica no Butantã - Simon Plestenjak/UOL
Giovanna Trevisan, 17, foi aprovada na USP Leste e levava o trote na matrícula; sua irmã gêmea, Mariana, vai estudar no campus da USP que fica no Butantã Imagem: Simon Plestenjak/UOL

Marcelle Souza

Do UOL, em São Paulo

12/02/2014 14h17Atualizada em 19/03/2014 09h00

Em meio à bagunça do trote de calouros da EACH-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo), a mãe das gêmeas Mariana e Giovanna Trevisan, 17, sentia uma mistura orgulho e preocupação na manhã desta quarta (12).

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"Consegui aprovar duas filhas na USP --uma em artes visuais no campus Butantã e a outra em têxtil e moda na EACH --, mas a Giovanna não sabe quando vai começar a estudar porque o campus está interditado", diz a mãe Vera Lúcia Trevisan, 56, comerciante.

A indefinição marcou a primeiro dia de matrículas da EACH, também conhecida como USP Leste hoje. Isso porque o campus está interditado há um mês até que sejam adotadas medidas de descontaminação do solo --que tem metano e outros gases tóxicos.

Por causa da interdição, a matrícula dos calouros da EACH será hoje e amanhã na Faculdade de Saúde Pública, no centro de São Paulo. A direção da escola decidiu que as aulas, que deveriam começar na próxima segunda-feira (17), só terão início no dia 10 de março -- se a medida judicial que impede a entrada no campus for suspensa.

"Eu estou muito orgulhosa porque as duas conseguiram passar no vestibular, mas agora estou preocupada com a minha filha que vai estudar na EACH, porque a gente não tem certeza de que estão sendo adotadas medidas para solucionar o problema", diz Vera. "O sonho de tantos estudantes que se esforçaram tanto para estar na USP foi adiado", completa.

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Enquanto ela acompanhava de longe o trote da filha aprovada na USP Leste, o pai Wilson Trevisan, 60, comerciante, ouvia atentamente uma palestra informal sobre os problemas ambientais do campus. "Se até o dia 10 o campus continuar interditado, vamos arrumar outros prédios da zona leste para começar as aulas", disse  Neli Aparecida de Mello-Théry, vice-diretora da EACH.

Ela ainda garantiu que os problemas ambientais não são definitivos e que a reitoria estuda medidas para viabilizar a volta de alunos, professores e estudantes ao campus. "Esse é um problema possível de ser resolvido, mas a gente vai precisar monitorar sempre. É o caso do Shopping Center Norte", afirmou a vice-diretora à pequena plateia de pais de calouros da EACH. A decisão final, porém, é da reitoria da USP, que ainda não decidiu para onde os alunos serão levados.

Além da palestra, professores e veteranos distribuíam folhetos com informações sobre os problemas e a interdição da escola da USP.