Camiseta limpa e toalha são itens 'obrigatórios' no trote da Poli-USP
O começo do primeiro dia de matrícula na Poli/USP é marcado por muita animação de calouros e veteranos. Na entrada do prédio em que o cadastro é realizado, grupos de veteranos disputam os 'bixos' aos gritos, chamando-os pelos cursos: "elétrica", mecatrônica", "naval", "civil".
Entre os calouros, dois itens parecem obrigatórios: toalhas e camisetas para depois do trote. "Trouxe roupa e toalha. Só sabonete que não", disse Elis Jesus do Carmo, 18, que faria matrícula em engenharia mecânica.
O calouro de engenharia elétrica Alvaro Albertini, 18, também trouxe toalha e camiseta na mochila. "Agora é hora de comemorar. Estou tranquilo [para o trote]. Acho que se o calouro entra com receio, ai é que pegam pesado", afirmou. Alvaro contou que foram informados sobre o trote no momento da matrícula: "Eles insistem em falar que o trote é voluntário".
Animada e já com o rosto pintado, Cintia Domiciano, 17, contou que chegou às 9h na unidade e pretende ficar na festa a tarde inteira. "Acho importante conhecer as pessoas para se integrar", disse a nova estudante de engenharia naval, que também carrega roupa extra e toalha para depois do já tradicional banho de lama.
Matheus Finotti, 18, passou no curso de engenharia de minas e diz que vai ficar na Poli até a recepção acabar: "Acho importante ter uma primeira experiência com as pessoas com quem vou conviver nos próximos cinco anos". O calouro trouxe só uma camiseta limpa e pretende usar a que está vestindo como toalha.
A caloura Mônica Moura, 17, passou em artes visuais e comemora a aprovação durante o trote na Escola Politécnica da USP no primeiro dia de matrícula
Família e namorados
Entre os calouros de engenharia, Mônica Moura, 17, se destacou pela pintura que recebeu no trote do curso de artes visuais. Ela estava no prédio com o pai aguardando o irmão que passou no curso de engenharia.
"Achei o trote trabalho tranquilo, o pessoal foi bem simpático. O trote é legal para confraternizar e interagir com os veteranos", relatou Mônica.
O pai dos novos estudantes da USP, Fernando Moura, 50, não esconde a alegria de ter dois filhos aprovados na universidade: "É uma alegria indescritível, vim para registrar. Sou fã deles".
Fernando não estava preocupado com o trote. Ele acredita que ainda existam alguns excessos, mas acha que na sua época os trotes eram bem piores.
O calouro de engenharia mecatrônica Tito Martini, 18, veio para a matrícula acompanhado da namorada, Laura Lassance, 18, que está no segundo ano de engenharia da computação.
Tito sempre estudou em escola pública e fez o ensino médio no colégio técnico da Unicamp. Ele reparou que os nomes dos estudantes que entraram pelo sistema de cotas estavam em negrito na lista de matrícula. "Mesmo com bônus, parece que tem pouca gente de escola pública aqui na Poli. Já esperava por isso", afirmou.
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