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Trote com saudação nazista provoca acusações de racismo na UFMG

Universidade investiga o caso, ocorrido na Faculdade de Direito na última sexta-feira (15) - Reprodução/Facebook
Universidade investiga o caso, ocorrido na Faculdade de Direito na última sexta-feira (15) Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

18/03/2013 17h01Atualizada em 18/03/2013 18h44

Um trote realizado por alunos da Faculdade de Direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) na última sexta-feira (15) levou a acusações de racismo e sexismo na internet depois que duas fotos da “brincadeira” passaram a circular nas redes sociais.
 

Em uma delas, uma caloura aparece amarrada e pintada de preto enquanto um veterano a puxa por uma corrente. Ela carrega um cartaz em que é chamada de “Caloura Chica da Silva”, em referência à escrava que viveu em Minas Gerais no século 18.
 

  • Reprodução/Facebook

    No Facebook, internautas qualificam trote como "ofensivo" e "humilhante"

A outra imagem mostra veteranos –um deles com um bigode semelhante ao usado por Adolf Hitler – fazendo uma saudação nazista enquanto um “bixo” é atado a um pilar.


As duas fotos “viralizaram” nas redes sociais, em especial no Facebook, com mais de 2.500 compartilhamentos em menos de 5 horas, e causaram protestos em grupos de discussão relacionados à universidade.


Na página do Facebook do CAAP (Centro Acadêmico Afonso Pena), da Faculdade de Direito, enquanto alguns internautas consideraram o trote “ofensivo” e “humilhante”, outros disseram se tratar apenas de uma brincadeira tirada do contexto.

Sindicância

 

A reitoria da UFMG divulgou uma nota de repúdio ao trote e abriu uma sindicância para identificar os responsáveis, que podem receber punições que vão desde advertência verbal até a expulsão.

“Nós fomos surpreendidos pela publicação dessas fotos. Elas representam um ato de violência que não faz parte da vida acadêmica”, disse a vice-reitora da UFMG, Rocksane Norton. Ela ressaltou que a universidade não reconhece e proíbe os trotes e vem adotando campanhas de conscientização dos estudantes.

A vice-reitora também disse que a UFMG e o DCE (Diretório Central dos Estudantes) também promovem eventos de recepção oficiais para desestimular os trotes nos diretórios acadêmicos.

O CAAP convocou uma reunião dos estudantes para discutir o caso nesta terça-feira (19).