Campeã 'olímpica' vai estudar em universidade dos EUA com 21 prêmios Nobel
Há pouco mais de dois anos, a paulista Leticia Pereira de Souza, 17 anos, foi morar sozinha em Fortaleza para estudar, com bolsa de estudos, em um renomado colégio da cidade. O objetivo era claro para a adolescente de Pindamonhangaba, interior de São Paulo: ela queria estudar biologia molecular fora do Brasil.
A rotina era puxada: além das aulas, ela fez simulados e provas específicas para as seleções das universidades norte-americanas. Como atividade complementar, buscou estágio no laboratório de uma universidade particular na capital e dava aulas no curso preparatório para olimpíadas de biologia no colégio.
Ela se inscreveu para 12 instituições. E o primeiro resultado chegou: ela foi aceita em Stanford, uma das mais renomadas universidades nos EUA.
‘’Quando recebi a notícia fiquei muito emocionada, não conseguia nem falar. Estou extremamente feliz, me dediquei demais, tive muito foco e hoje vejo um sonho se realizando. A sensação é inexplicável’’, diz Letícia, que já está com o sotaque puxado para o cearense.
Há razão para tamanha empolgação: a Universidade de Stanford, na Califórnia, onde ela vai estudar a partir de setembro, tem, em seus quadros, 21 laureados pelo Prêmio Nobel. Além disso, menos de 5% dos candidatos a ingressar na universidade são aprovados.
O curioso é que a universidade californiana não era a primeira opção da jovem.
"Quando soube que fui aprovada, conversei com estudantes de Stanford. O que me chamou atenção é que eles pareciam muito mais animados que os outros. Não é uma universidade fria", conta.
Para conseguir estudar nos Estados Unidos, além de ter de se sair muito bem no TOEFL (prova de inglês para estrangeiros) e no SAT (uma espécie de Enem americano), Leticia encarou a maratona de treino de redações, de cartas de recomendação e de preenchimento de 'applications', as fichas detalhadas de inscrição.
Ela contou ainda com o apoio de dois programas de bolsa, um da Fundação Estudar e outro da Education USA, instituições que também devem apoiá-la com os custos da graduação no exterior.
Pulou de escola em escola
A jovem é craque nas olimpíadas do conhecimento. Ela conquistou diversas medalhas e duas menções honrosas por seu desempenho nas áreas de astronomia, biologia, ciência, física e química.
Aos 11 anos, ela disputou a primeira olimpíada e já conquistou sua primeira medalha, uma de bronze. Naquele mesmo ano, quando cursava a sexta série do ensino fundamental, decidiu mudar de escola. A instituição onde estudava não quis inscrevê-la em uma competição escolar e ela decidiu buscar outra que a apoiasse.
E assim foi mudando para colégios que lhe ofereciam melhores condições até encontrar um programa que a levou a Fortaleza (Colégio Ari de Sá).
Seu interesse por competições de conhecimento continuou o mesmo: em 2015, Leticia foi a única brasileira a participar da Olimpíada Internacional de Biologia na Dinamarca. Saiu de lá com a medalha de bronze. Antes disso, ela já havia participado de duas olimpíadas internacionais, na Índia, onde ganhou medalha de prata na classificação geral, e no México, onde ficou com medalha de ouro.
Por enquanto, está de malas prontas para Stanford. Mas, quem sabe o que mais o futuro reserva para ela?
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