Filha de professores, aluna gabarita prova da Uerj e quer medicina
Entre os quase 80 mil estudantes que fizeram o primeiro exame de qualificação da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), uma candidata, em particular, tem muito o que comemorar. A estudante Beatriz Pêgo Damasceno, 17, acertou todas as 60 questões da prova.
No dia seguinte ao “dia mais feliz da vida”, a jovem, que pretende cursar medicina, contou como sua disciplinada rotina de estudos a levou a obter a nota máxima no exame.
“Estudo todos os dias de semana e geralmente descanso nos fins de semana, quando não tem prova ou simulado. Quando chego do colégio, almoço, tomo banho, relaxo durante uma meia horinha e vou revisar o que foi dado na aula do dia”, relata Beatriz, que cursa o 3º ano do ensino médio no colégio particular pH, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, onde mora.
“Dou preferência aos assuntos do dia porque a matéria está fresca na cabeça. E depois procuro focar bastante nos exercícios, para fixar”, afirma a adolescente.
Tanta disciplina deu resultado. Esta terça-feira não vai sair da memória tão cedo. “Minha família ficou muito feliz. No colégio, meus amigos foram muito legais. Todos me abraçaram, me levantaram, correram comigo. Os funcionários e professores vieram me procurar, foi maravilhoso”, lembra. Beatriz, que se mudou para o pH este ano, estudou desde a alfabetização no Colégio Pedro II, tradicional instituição de ensino público federal da capital fluminense.
“Meus professores e amigos de lá me parabenizaram, demonstraram muito carinho. Os dois colégios foram muito importantes na minha formação”, destaca.
A nota máxima, segundo ela, foi uma surpresa. “Em todos os simulados que eu fazia, acertava mais de 50 questões e tirava A (maior dos cinco conceitos da Uerj), mas nunca tinha gabaritado”, diz Beatriz. “Eu saí da prova bastante confiante, mas nunca imaginei acertar tudo. Quando eu fui checar o meu gabarito com o que saiu na internet no mesmo dia da prova, achei que estava vendo coisa. Até pedi pra minha mãe e pra minha irmã pra checarem. Pensei que não era possível”, comenta. “Mas era”.
Vocação e paixão
A paixão pelo balé quase fez com que Beatriz se tornasse bailarina profissional. Dedicou-se à dança dos 11 aos 16 anos. Mas a medicina tomou o lugar do balé como futura profissão depois que uma tia, que é obstetra, a levou para assistir uma cirurgia, no ano passado. “Me apaixonei”, resume.
Depois de abandonar o balé, ela virou adepta da academia, para onde vai se exercitar pelo menos três vezes por semana, durante uma hora e meia. “Procuro ir todos os dias, para manter o condicionamento físico e relaxar um pouco, fugir da rotina”, explica.
Para conseguir sua vaga na Uerj, Beatriz ainda terá de passar por uma etapa do vestibular com questões dissertativas, que deve acontecer em dezembro. Como o curso escolhido é um dos que tem mais concorrentes para cada vaga, Beatriz diz não tenho grandes preferências por universidades. “Quero que seja pública, porque as privadas são caras demais, mas como é muito difícil, qualquer uma que vier está ótimo, Uerj, UFRJ, Unirio”, confessa.
Pais orgulhosos
Beatriz tem uma irmã de 14 anos, Bruna, e é filha de dois professores, Ângela Nina, 46, que ensina português no Pedro II, e Luiz Fernando Nader, 56, que além de professor universitário de direito penal, também é funcionário público. Toda a família comemorou intensamente o êxito da filha mais velha.
“Nós não tínhamos a dimensão desse feito, que isso não havia ocorrido (nota máxima). Foi uma surpresa muito grande. Eu esperava que ela tivesse um bom rendimento, mas, realmente, gabaritar não passou em momento pela nossa cabeça”, afirma a mãe. “Estamos muito felizes. Ela merece muito. Sempre gostou muito de ler, de buscar o conhecimento”, completa.
O pai diz não conseguir descrever o que eu sentiu quando soube o resultado. “Fiquei muito feliz. Estamos muito confiantes que ela vai passar no fim do ano”, declara. Para Ângela, a receita do sucesso de Beatriz foi a determinação. “É uma menina muito focada. Tudo o que faz, ela se entrega, procura fazer o melhor possível. Sempre foi assim”, elogia.
A mãe conta ainda que Beatriz, mesmo focada, não deixa de ir para festas. “Ela vai para alguns encontros com os amigos, vai para o cinema, mas é lógico que às vezes abre mão de algumas coisas. Mas quando ela vai, aproveita bastante”, conta. “E também faz muitos programas com a família”, acrescenta. “Ela ainda é uma menina, mas é bem consciente, administra muito bem o tempo”.
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