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10/01/2010 - 20h38

Tempo foi insuficiente na 1ª prova da etapa final da Unicamp 2010, dizem professores

Ana Okada
Simone Harnik
Em São Paulo
O tempo pode ter sido o principal desafio de vestibulandos que fizeram a primeira prova da segunda fase do vestibular 2010 da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), neste domingo (10). Segundo a avaliação de professores de cursinhos ouvidos pelo UOL Vestibular, a avaliação foi longa e trabalhosa.


2ª fase da Unicamp

  • Rogério Cassimiro/UOL

    Igor Bernardes Oliveira, 19, presta para engenharia química e acha que a Unicamp exige raciocínio

  • Rogério Cassimiro/UOL

    Victória Mafra, à direita, e sua amiga Camila Donegati aguardam início das provas

"Foi um exame exigente. Não teve nenhuma questão banal, que o candidato conseguisse responder de bate-pronto", avaliou o professor de literatura do Anglo, Dácio Antônio de Castro. "Certamente o tempo foi um problema, pois, além das 12 questões de português, havia as de bioliga."

Segundo ele, a leitura das obras literárias foi fundamental para a redação de uma boa prova de vestibular. "A leitura de resumos não seria suficiente, porque não desperta aspectos vitais de reflexão sobre a obra."

A crítica do professor Eduardo Lopes, do Anglo, se ateve ao fato de que houve pouca variedade de gêneros de textos na prova. "Três perguntas envolviam publicidade. Mais duas tinham tirinha de humor e uma com texto jornalístico. Houve muita repetição", diz.

Já o professor Nelson Dutra, do curso Objetivo, afirma que a prova de português deste ano pode ter sido um pouco mais fácil para os candidatos, pois teve textos de interpretação relativamente curtos: "Havia muitos elementos visuais, isso talvez tenha sido algo bom para o vestibulando, em vez de ter textos quilométricos", diz.

Apesar disso, ele ressalta que os estudantes, assim como nos anos anteriores, tinham que ter bom nível crítico dos romances para responder as questões de literatura: "O conhecimento exigido deveria ser qualitativo, e não meramente factual", explica.

De acordo com Roberto Gonçalves Juliano, do Cursinho da Poli, a questão sobre o livro Iracema, que comparava a narrativa utilizada na obra à da Bíblia pode ter sido a que trouxe mais dificuldade aos vestibulandos: "Se o candidato não entendesse o sentido da palavra 'edênico', poderia não responder a essa pergunta", afirma.

A professora Célia Passoni, do curso Etapa, afirma que as seis primeiras questões, que cobraram "a língua nos diversos suportes textuais possíveis", podem ser consideradas mais fáceis do que as de literatura. "Nas perguntas de 7 a 12, eram pedidas as interpretações possíveis das obras; por isso, eram mais difíceis", diz.

Biologia

De nível de dificuldade de médio a difícil, na opinião do professor do Objetivo Constantino Carnelos, o exame de biologia foi bastante abrangente. "Ele pegou tópicos, como citologia, genética, fisiologia, botânica, zoologia, bactérias, poluição. As questões foram bem claras e objetivas, mas foi uma prova trabalhosa.

"A maior crítica continua sendo o tempo. Todas as questões tinham dois itens, mas, às vezes, eram longos", aponta.

Na opinião do professor Edson Futema, do Cursinho da Poli, a prova foi trabalhosa, apesar de ter cobrado conhecimentos fundamentais da disciplina, como evolução, processo de especiação biológica, citologia e hormônios humanos. Ele explica que, apesar do exame ter tido apenas 12 questões, era como se houvesse, na verdade, o dobro, já que cada uma tinha dois itens: "Isso poderia aumentar o nervosismo do estudante na hora de redigir, que devem ter sentido também a pressão pelo tempo."

Segundo Futema, o exame teve enunciados claros, objetivos, e nível de dificuldade um pouco maior do que o dos exames anteriores. Para ele, "isso mostra que o exame exige cada vez mais um aluno bem preparado, antenado, que domine mais os assuntos fundamentais da disciplina".

O professor Angelo Pavone, do curso Etapa, concorda com a afirmação de que o exame foi longo e trabalhoso. "Os alunos já não gostam, por si, de responder questões dissertativas, então devem ter tido trabalho na hora de fazê-las", explica. Apesar de não considerar o exame difícil, Pavone o classifica como conteudista, ou seja, caso o vestibulando não soubesse do que se tratavam as questões, não conseguiriam respondê-las.

Para Armênio Uzunian, do Anglo, a prova foi "complexa e exigente". "O candidato deveria dominar todos os tópicos, fazer respostas concisas e precisas. É uma prova que demandou muito conhecimento biológico e técnica."

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