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De olho em 2018, redação da Unesp sobre voto agrada alunos e professores

Redação da 2ª fase do vestibular da Unesp 2018 foi sobre voto facultativo - Alan Marques/Folhapress
Redação da 2ª fase do vestibular da Unesp 2018 foi sobre voto facultativo Imagem: Alan Marques/Folhapress

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

18/12/2017 20h18Atualizada em 05/01/2018 12h27

O tema da redação do segundo dia de prova da segunda fase do vestibular da Unesp (Universidade Estadual Paulista) agradou estudantes e professores. Nesta segunda-feira (18), o candidato precisou escrever um texto de gênero dissertativo argumentando se o voto deveria ser facultativo ou não no Brasil.

Com mote considerado atual e não polêmico pelos professores, a redação trouxe dois textos de base apresentando pontos argumentativos a favor e contra a possibilidade de o eleitor escolher querer ou não votar.

Segundo a professora de redação do curso Objetivo, Viviani Xanthakos, os textos deram ao candidato a liberdade para escolher um posicionamento. “É um tema claro, objetivo, cujos textos de base ajudaram bastante o candidato como ele deveria se posicionar. Não foi uma grande surpresa, mas esperávamos que um tema assim viesse apenas no ano que vem, que é ano eleitoral”, afirmou.

Para Simone Motta, coordenadora de Português do Etapa, a Unesp repetiu sua tendência de trazer temas atuais, que beiram à polêmica. “É um tema que discute aspectos sociais e políticos da sociedade. A Unesp tem essa característica: trazer temas atuais, polêmicos ou quase polêmicos. Esse não é um tema polêmico de fato, mas ano que vem tem eleição. As pessoas têm conversado sobre isso e por isso é um tema que não deve ter oferecido resistência para o aluno”, acredita.

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A coordenadora de redação do curso Poliedro, Gabriela de Araújo Carvalho, disse que questões políticas estão “em voga” principalmente por causa da descrença da sociedade na classe política. “Já teve anos que a Unesp trouxe temas esquisitos, como queimadas em um vestibular de inverno, bajulação. Esses temas costumam pegar o candidato despreparado desprevenido. Mas tema político a gente sempre espera”, comentou.

A estudante do Poliedro Isabela Dablan Samara Fazilari, 20, que tenta uma vaga no curso de Medicina da Unesp, gostou do tema que encontrou. “Foi um tema bem interessante e atual. Ao mesmo tempo em que não é algo batido, é um tema que tem sido muito discutido, muito conversa na sociedade”, disse.

Veja abaixo outras reações de alunos que gostaram do tema trazido neste ano pela Unesp:

Sem surpresas na prova de linguagens

A prova de linguagens da segunda fase da Unesp seguiu o padrão de questões interpretativas de anos anteriores, segundo a avaliação dos professores entrevistados pelo UOL.

Para o coordenador do Etapa, Marcelo Dias, foi uma prova bem-feita, com um nível de dificuldade menor, “uma característica dos últimos anos”. “Muita semântica, uso de figuras de linguagem, e menos a parte prática da gramática. Teve pouca literatura e o que teve foi em forma de texto”, disse.

Saray Azenha, diretora pedagógica da Oficina do Estudante, avaliou que a parte de linguagens conseguiu interligar literatura, gramática e interpretação de texto. “As três partes se entrecortaram e se intercalaram muito bem. Posso dizer que a prova foi bem montada, com figuras de linguagens bastante bem trabalhadas, charge, trouxe poema contemporâneo para se contrapor ao parnasiano do começo da prova”, explicou.

Com texto e questões sobre mudanças climáticas, para a coordenadora de inglês do Objetivo, Cristina Armaganijan, a prova do idioma teve nível médio. “Dava para entender tranquilo. Foram quatro questões subdivididas. O texto não era longo e as respostas vinham em sequência no texto. O candidato ia lendo e já tinha a reposta da primeira pergunta, depois da segunda e assim sucessivamente. Isso facilitou bastante a vida do candidato”, acredita,

Dias afirma que a prova foi simples e que isso é um problema para candidatos de cursos mais concorridos. “Todo mundo gabarita [acerta grande quantidade de questões], então quem comete algum deslize não tem margem para errar”, contrapõe.