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16/01/2008 - 21h50 Erros marcam segunda fase da Unicamp Da redação Em São Paulo Discussão em torno de erros e imprecisões nos enunciados marcaram a segunda fase do vestibular 2008 da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O período de provas foi encerrado nesta quarta-feira (16) com testes de matemática e de inglês. A polêmica em torno dos erros começou no domingo (13), primeiro dia desta etapa do vestibular. Em texto utilizado por questões de literatura, havia transcrito, com erro, poema de Carlos Drummond de Andrade. Estava escrito: "Ficamos sem saber o que era João, e se João existiu deve pegar", no lugar de "e se João existiu de se pegar", como escrito originalmente pelo poeta mineiro.
"Reconhecemos que houve falhas de revisão na parte de português e literatura", diz Leandro Tessler, coordenador do vestibular da Unicamp. "Só temos a lamentar. Mas esses erros não prejudicaram a prova", completa. No segundo dia de provas, professores de cursinhos pré-vestibular voltaram a criticar a prova. Dessa vez, por conta de uma questão de história, e outra de química. Após trazer texto sobre os governos de John F. Kennedy e de Lyndon B. Johnson, nos Estados Unidos, na década de 1960, a prova apresentava uma questão sobre política americana da 1930. Na seqüência, pedia que o candidato identificasse "movimentos sociais nos Estados Unidos desse período". "De qual período? Da década de 1930 ou da década de 1960?", disse ao UOL Vestibular, no dia, Daily Matos de Oliveira, professor do curso Objetivo. A banca examinadora da Unicamp, segundo informou a assessoria de imprensa do vestibular, aceitará ambas interpretações para a pergunta. É erro ou não é?Em questão de química, professores contestaram o uso do termo "massa", no lugar de "volume", em enunciado que dizia que o "ar é composto por 78% em massa de nitrogênio, 21% de oxigênio, 1,0% de argônio".Em nota, a Unicamp afirmou, no dia seguinte, que a crítica dos professores não procedia. No dia seguinte, o penúltimo da segunda fase, um termo empregado por enunciado na área de exatas voltou a ser alvo de contestação entre a comissão de vestibulares da Unicamp e cursinhos. Para o professor de física do curso Anglo, Reinaldo Moura de Sá, seria incorreto falar da "distância da imagem ao espelho p'", já que distância implicaria em valores positivos (+1, por exemplo). A prova deveria trazer, no enunciado, "abcissa da imagem", segundo o professor. A Unicamp descordou da afirmação. "Esse termos são convenções, há livros didáticos que trazem o termo distância, os candidatos deveriam saber que o valor, ali, era negativo", disse Tessler. Para o coordenador de vestibulares da Unicamp, a polêmica em torno dos erros foi desencadeada pela "desconfiança" em relação à prova gerado pelos erros apresentados nos enunciados do primeiro dia. "Em português e história houve erros de revisão, mas os outros pontos não procedem", diz. Mais críticasA extensão da prova também foi motivo de reclamações."É impossível ler todos os textos, raciocinar e fazer os cálculos propostos em duas horas", disse Wladimir H. Monteiro, surpevisor de química do curso COC. O coordenador do curso Anglo, Nicolau Marmo, comparou o tempo disponível para a resolução de cada questão na segunda fase da Unicamp (5 minutos) e da Fuvest (18). Para ele, "não faz sentido elaborar uma prova que não pode ser toda respondida. Frustra os candidatos, o que é imperdoável". Ele também criticou o fato de as mesmas provas, na segunda fase, serem aplicadas a candidatos a cursos de todas as áreas. "Não respeita as diferenças de aptidão. Ter uma mesma prova para as mesmas áreas é como um cobertor curto: se avalia bem candidatos de exatas, por exemplo, não é uma boa prova para vestibulandos que queiram humanas". Para Marmo, a Unicamp deveria seguir o modelo da Fuvest e aplicar, na segunda fase, apenas provas de áreas relacionadas à carreira que o candidato quer seguir. |