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Alunos da Poli-USP refazem regras para evento de recepção considerado machista

Do UOL, em São Paulo

05/03/2013 19h06Atualizada em 05/03/2013 19h39

Após receber reclamações sobre o conteúdo sexual e machista de algumas atividades que seriam desenvolvidas em uma gincana de recepção dos alunos da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), a diretoria da unidade se reuniu nesta terça-feira (5) com integrantes do Grêmio Politécnico para discutir e alterar os itens do evento considerados problemáticos.

 

De acordo com o diretor da Escola Politécnica, José Roberto Cardoso, os alunos estão refazendo o evento: “Eles vão submeter o documento final para a minha aprovação, se estiver tudo certo, volta o evento”, afirmou. 

 

O “IntegraPoli” é uma espécie de competição entre equipes de estudantes. Os participantes devem acumular pontos realizando atividades especificadas no documento feito pelo Grêmio. A primeira orientação para o evento tinha uma prova ao vivo, em que três “bixetes” precisariam lavar um carro usando camisetas brancas e a melhor performance ganharia pontos extras.

 

O documento também orienta os estudantes sobre a realização de vídeos que valem pontos na competição. Em uma das sugestões aparece como inspiração uma gravação de um homem ejaculando de surpresa em uma mulher assim que ela abre uma porta. Após reclamações, um novo documento já havia sido divulgado, com o vídeo alterado para um em que garotos simulam uma ejaculação com algo parecido com leite condensado. 

 

Como forma de crítica à atividade, foi criado um evento no Facebook intitulado “Boicote às festas da Poli USP”. No evento, que contava com a participação de quase 2 mil pessoas até as 18h30 de hoje, podem ser lidas declarações de apoio e repúdio ao “IntegraPoli”.

 

Em nota, o Grêmio Politécnico afirmou que “o evento tem sido alvo de críticas infundadas provenientes de membros da comunidade uspiana distantes do IntegraPoli”. Ainda de acordo com a nota, a participação dos alunos é completamente voluntária. 

 

“A lista inicial teve alguns mal-entendidos que acabaram ofendendo algumas pessoas, para as quais pedimos desculpas”, disse o presidente do Grêmio, Rafael Ganzerli. Ele também afirmou que o objetivo da competição em momento algum foi de tratar mal e nem ofender as mulheres. Garzerli destacou o caráter social do evento, como a arrecadação de alimentos e livros.