UFMG pede parecer da AGU para punição de trote racista
O relatório da comissão de sindicância criada para apurar agressões e estabelecer punições do trote feito com estudantes aprovados no curso de direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) no início do ano foi concluído nesta segunda-feira (20) e será enviado para a AGU (Advocacia Geral da União).
Caberá ao órgão verificar e emitir parecer sobre o cumprimento das formalidades e legalidades no processo da comissão. De acordo com a assessoria da UFMG, o conteúdo do documento não será divulgado antes da análise dos advogados da AGU. Os responsáveis podem ser punidos com advertência, suspensão e expulsão.
A AGU vai emitir seu parecer num prazo mínimo de 15 dias e, máximo, de 30 dias. A comissão de sindicância da UFMG, composta de três professores da escola de direito, investigou o caso durante 60 dias.
Trote
O trote foi considerado racista e sexista após publicação de fotos dele nas redes sociais em 18 de março deste ano. Em uma delas, uma caloura aparece amarrada e pintada de preto enquanto um veterano a puxa por uma corrente. Ela carrega um cartaz em que está escrito caloura Chica da Silva", referência à escrava que viveu em Diamantina (MG), no século 18.
Em abril, o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial publicou moção de repúdio ao trote no Diário Oficial da União e solicitou providências à UFMG.
Logo após a criação da sindicância, em meados de março, a UFMG divulgou nota de repúdio ao trote. "Elas representam um ato de violência que não faz parte da vida acadêmica".
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