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02/11/2009 - 00h44 Para especialistas, redação da GV foi "difícil" e "pretensiosa" Ana Okada Em São Paulo O que você achou das provas do vestibular de direito da GV? Segundo Célia Passoni, do curso Etapa, a dificuldade do tema estava em fazer relações entre assuntos ligados à filosofia, tais como "verdade", "linguagem" e "poder". "Para relacionar os textos, o aluno tinha que ter leituras e ter reflexão sobre temas mais abstratos, filosóficos; era preciso ter havido um manejo prévio com esse tipo de raciocínio." Já o professor Francisco Achcar, do curso e colégio Objetivo, critica a escolha do tema das "noções de verdade": "colocar uma questão dessa amplitude numa prova de vestibular, mesmo que fosse para um curso de filosofia, já seria descabido". Para ele, a questão está muito além do estudante do ensino médio e o tema foi "pretensioso". Português "interessante" e "superficial"Os docentes também divergiram sobre a prova de português: enquanto a professora Célia classificou o exame como "interessante", porque abordou aspectos gramaticais e textuais, o professor Francisco achou que as questões variaram entre "superficiais ou irrespondíveis".Célia elogiou o fato de o exame da FGV ter valorizado a gramática. Ao abordar ligações gramaticais e as relações que elas tecem no texto, o exame mostrou que o assunto, que já não é tão abordado diretamente nos vestibulares mais atuais, ainda é relevante. "Muitos alunos hoje não sabem para que estudam gramática, a prova mostrou que ela é importante também." Para Achcar, a prova de português apresentou problemas na formulação das perguntas, que se alternaram entre "superficiais ou irrespondíveis". Como exemplo, ele cita a questão C, que utiliza o termo "desconstrução". Achcar explica que a palavra é um neologismo que é termo técnico da filosofia, e que é utilizado arbitrariamente como palavra chave da questão, tornando-a sem sentido.
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