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Em 2016, trote da Poli-USP tem volta do tradicional banho de lama

Hugo Araújo

Do UOL, em São Paulo

11/02/2016 12h50

Com gritos, banhos de tinta, de lama e até cabeleireiros improvisados, a recepção aos calouros da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) começou na manhã desta quinta-feira (11). Os estudantes têm até amanhã (12) para se matricular nos cursos em que foram aprovados.

Na entrada do prédio da administração da Poli, onde é realizada a matrícula na instituição, os veteranos disputam os calouros gritando os nomes dos cursos de engenharia, como "civil", "produção" e "naval". Ao identificarem o "bixo", começa o banho de tinta.

Neste ano, o tradicional banho de lama nos calouros voltou, depois de ser retirado no ano passado, por conta da crise hídrica. "É uma tradição da Poli, quando eu fui aprovada, foi uma das coisas que eu mais gostei na recepção", conta Carolina Poncioni, do Grêmio da Poli. Para viabilizar a lama, os alunos compraram terra e também contrataram um caminhão pipa com água de reuso.

Carolina também conta que, como no ano passado, não há bebida alcoólica no trote, após uma medida da reitoria que proibia estas bebidas. "Não pode acabar a diversão, a gente contornou isso de outras formas. Trouxemos DJ e brinquedos infláveis", explica.

Leo Imasaki, 18, aluno de engenharia de materiais, veio preparado para tomar banho de lama. "Eu trouxe outra roupa de casa. Já fiz a matrícula, agora vou aproveitar", explica.

Integração

A matrícula também é uma oportunidade de já conhecer os futuros colegas de curso. Foi assim com Giovana Correia, 17, e Rafaela Godoy, 17, alunas de engenharia ambiental. Elas se conheceram na fila da matrícula e já fizeram amizade. "Nós estávamos juntas na fila e demos sorte de fazer o mesmo curso", conta Rafaela.

Giovana veio preparada de casa, com toalha e roupa reserva. "A matrícula está bem legal, os veteranos foram super receptivos", conta. Já Rafaela não trouxe outra roupa, mas entrou na brincadeira mesmo assim. "Já me pintaram toda, nem sei como vou tirar essa tinta do meu corpo", brinca.

Ana Maria Yamakami, 18, aprovada no curso de engenharia de minas, veio com a tia para a matrícula, mas logo se enturmou e até participou do projeto de doação de cabelo para as crianças com câncer.

"Eu cortei mais ou menos uns 30 cm e doei", conta Ana. "O trote foi bem tranquilo, chegaram a me pintar até duas vezes", conta.