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Com prova considerada "difícil", Fuvest aborda crise hídrica de SP

Teodoro Bava disse que a Fuvest superou suas expectativas em termos de dificuldade - Junior Lago/UOL
Teodoro Bava disse que a Fuvest superou suas expectativas em termos de dificuldade Imagem: Junior Lago/UOL

Lucas Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

30/11/2014 17h30Atualizada em 30/11/2014 19h48

Segundo os candidatos que fizeram a primeira fase da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) 2015 no prédio da Escola Politécnica de Engenharia Civil, na Cidade Universitária, o exame estava “difícil” e abordou a crise hídrica do Estado de São Paulo em uma das questões.  

Teodoro Bava, de 16 anos, é treineiro de humanas e pretende fazer o curso de publicidade no futuro. O estudante achou o vestibular da Fuvest mais difícil do que pensava. “É meu primeiro vestibular. Antes só fiz o Enem”, conta. “Achei complicado. Sabia do nível da Fuvest, mas superou as minhas expectativas de dificuldade.”

Bava se lembra de uma charge na prova de geografia, na qual estavam dois vasos, um com as folhas mortas, representando a União Europeia, e outro ilustrava a China. “Mostrava um vaso grande com plantas enormes, que era a China, e o pequeno com uma mulher regando. E eles tinham uma ligação por baixo da terra”, diz. “Era como se a União Europeia alimentasse a economia da China. Foi a que mais me chamou a atenção.”

Em literatura, o jovem afirma que foram abordados os livros indicados para a prova de literatura e que os enunciados não estavam tão grandes quanto no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Em uma das questões, era perguntado qual o motivo da seca no Estado de São Paulo.  “As alternativas falavam um pouco sobre a questão política, administrativa, social e demográfica.”

Mariana Ribeiro tem 17 anos e quer prestar nutrição. Ela também se recorda da questão envolvendo a represa da Cantareira. “Eles queriam saber quais eram os motivos de ter acontecido a seca em São Paulo”, conta.

No geral, a estudante achou a prova difícil, com destaque para a área de exatas. “As partes maiores eram falando sobre os livros. Caiu bastante e pedia para comparar um com o outro”, acrescenta.

Giovana Piovan, de 16, também é treineira de humanas e pretende fazer arquitetura. Ela também afirma que boa parte das questões de português abordavam os livros obrigatórios da Fuvest. "Noventa por cento da prova eram os livros Cortiço, Memórias Póstumas, Vidas Secas e Til”, diz. “Tinha um trecho de livro e perguntava com qual outro ele se assemelhava.”

A estudante teve dificuldades na parte de exatas. “Muita matéria eu ainda não tinha visto na escola. A parte de física tive que chutar, mesmo eles dando alguns dados na prova”, conta. “Como eu sou treineira, não estava muito preocupada.” Ela se recorda ainda de muitos mapas e uma questão sobre placas tectônicas na prova de geografia e um exercício misturando física e história envolvendo termodinâmica.

Abstenção

A primeira fase do vestibular da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) 2015 registrou abstenção de 10,2%, segundo informações instituição.

Neste domingo (30), 14.457 inscritos faltaram à prova de seleção da USP (Universidade de São Paulo) e da faculdade de medicina da Santa Casa. Em comparação ao ano passado, o índice de faltosos diminuiu 1,3%. Em 2013, estavam inscritos na prova da Fuvest 172.027 candidatos, faltaram 19.867 (abstenção de 11,5%).