Prova da Unicamp exigiu domínio de conhecimentos básicos, dizem professores
Com enunciados curtos e diretos, a prova da primeira fase da Unicamp, aplicada neste domingo (10), exigiu que os alunos tivessem domínio de conhecimentos básicos das matérias do ensino médio. Para os professores de cursinhos pré-vestibulares ouvidos pelo UOL, a prova teve dificuldade entre média e fácil.
“É uma prova mais simples, bem diferente do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], então podemos esperar que os candidatos de carreiras mais concorridas quase gabaritem a primeira fase”, disse Edmilson Motta, coordenador-geral do Etapa.
O Enem foi realizado nos dias 26 e 27 de outubro em todo o país e teve enunciados mais longos e muita interpretação de texto. As provas de química, matemática e física do Enem também foram mais difíceis, disseram os professores.
CONFIRA OS CADERNOS DE PROVA DA 1ª FASE DA UNICAMP
“Quanto à distribuição dos assuntos, foi uma prova bem equacionada, exigiu domínio de conceitos e dos fundamentos básicos de cada matéria. Ela cumpre o papel de uma primeira fase, que é peneirar e tirar os alunos que não tiveram a preocupação de estudar”, afirma Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora e professora do Curso e Colégio Objetivo.
Para os professores do Objetivo, as questões de física e matemática foram as mais fáceis, enquanto química, geografia, história, biologia e filosofia tiveram dificuldade média.
“Foi uma prova adequada para uma primeira fase. Como vai analisar candidatos de diferentes áreas, o importante é cobrar conhecimentos gerais, sem grande profundidade”, disse Luís Ricardo arruda, coordenador-geral do Anglo Vestibulares.
Já o diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, alerta que os alunos que estão enfrentando a maratona de vestibulares devem continuar se preparando para outros formatos de exame. “Cada prova é um campo de batalha diferente. Essa primeira fase da Unicamp foi tranquila, mas não deve servir de parâmetro para Unesp e a Fuvest [que aplicam suas provas nos dias 17 e 24, respectivamente].”
Redação
Fugindo do modelo dissertativo-argumentativo, comum a outros grandes vestibulares e ao Enem, a Unicamp pediu que o candidato fizesse um relatório sobre uma oficina cultural e uma carta aberta para melhoria da mobilidade urbana.
“Na carta aberta, o candidato deveria atentar para o destinatário, que são as autoridades municipais. Além disso, era muito importante que ele lembrasse que a caracterização da carta não é só a assinatura, mas as marcas de interlocução. Ou seja, era preciso mostrar a imagem de quem escreve a carta e explorar o papel das autoridades municipais”, afirma Maria Aparecida Custódio, professora do laboratório de redação do Curso e Colégio Objetivo.
Em relação ao tema, os professores ouvidos pelo UOL disseram que não houve grande dificuldade, já que mobilidade urbana é comum ao cotidiano dos alunos que vivem em médias e grandes cidades.
Já o relatório deveria ser preciso e consistente, respeitando as fontes apresentadas pela prova. “No ensino médio, os alunos fazem esse texto na forma de um manifesto, um abaixo-assinado, só muda o nome”, diz a professora.
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