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Para interpretar o inglês, é preciso entender bem Wilson Libetaro* Especial para a Folha de S. Paulo A compreensão ou intelecção de textos envolve o ato de perceber, conceber, entender -enfim, compreender uma declaração, situação ou problema. Além de conhecer ou ter noções sobre o assunto a que a passagem se refere, o leitor precisa ser capaz de detectar sutilezas de linguagem, tais como ironias, desdéns, trocadilhos, associações, referências, ambigüidades etc. Por sua vez, a interpretação decorre, primeiramente, de um bom entendimento. Ela envolve o ato de deduzir, inferir, julgar -decifrar o teor de uma mensagem dentro de parâmetros precisos e convincentes. Em resumo: o que é para compreender está explícito no texto (ou na imagem). O que é para interpretar está implícito. É o que está subjacente, nas entrelinhas. Há quem prefira abarcar os conceitos de compreensão e de interpretação sob a denominação de "apreensão". Nos vestibulares, geralmente pede-se a compreensão por meio do seguinte enunciado: "De acordo com o texto..." Já as questões de interpretação, menos freqüentes, podem começar com "Infere-se do texto..." Tomemos como exemplo de questão interpretativa a conhecida fábula de Esopo, "The Ant and the Grasshopper" ("A Cigarra e a Formiga") como o texto dado. (Em inglês, o nome do inseto é gafanhoto, e não cigarra). A questão seria: We may infer that the grasshopper is: a) lazy; b) masochist; c) smart; d) careless. Qual a opção correta? A cigarra não era preguiçosa (exercia seu ofício de cantora à exaustão), nem masoquista, nem esperta. Ela era, isto sim, imprevidente, descuidada; não pensava no futuro. Letra "d". *Wilson Libetaro é professor do Anglo, mestre em lingüística aplicada ao ensino de línguas pela PUC/SP e autor de obras de inglês para os ensinos fundamental e médio (Editora FTD) |
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