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A história do vidro começou há 4.000 anos no antigo Egito. Um grupo de navegadores desembarcou numa praia para preparar comida, fez uma fogueira para cozinhar e usou algumas pedras, hoje chamadas tronas, para apoiar os potes de comida. O aquecimento da trona em contato com a areia fez escorrer um líquido estranho. Foi assim que um historiador descreveu a descoberta do vidro. Talvez não seja a verdadeira história, mas, com certeza, está muito próxima dela.

A trona é um minério de carbonato de sódio que, pelo aquecimento com a sílica (areia), transforma-se em vidro. Ainda hoje o vidro é produzido assim. Mas já não há mais trona disponível na natureza para suprir a produção de vidro no mundo. Por isso o carbonato de sódio deve ser fabricado.

No Brasil, as matérias-primas para a fabricação do carbonato de sódio são o cloreto de sódio (sal de cozinha) e o carbonato de cálcio tirado das conchas. Prepara-se uma solução concentrada de cloreto de sódio na qual é adicionado gás carbônico na forma de bolha, produzido pelo aquecimento do carbonato de cálcio. Acrescentando gás carbônico na solução de cloreto de sódio, o meio torna-se ácido e, por isso, para neutralizá-lo, adiciona-se também amônia nessa solução.

A amônia serve só como regulador da acidez e é reciclada quase totalmente no processo. As duas matérias-primas usadas, cloreto de sódio e conchas, são tiradas do mar. Portanto você pode concluir que o mar é o provedor do vidro que usamos.

Apesar da longa história, o vidro ainda tem um futuro promissor. Tem um papel muito importante na telecomunicação, na forma de fibras ópticas. É possível transmitir dados, vozes e imagens por meio da passagem de luz através de fibras ópticas, transparentes, de vidro ou de plástico. Na telecomunicação, a fibra óptica, feita de fio de vidro ou de plástico finíssimo como o fio de cabelo, praticamente substituiu o fio de cobre por possibilitar a transmissão de muito mais dados, cerca de 30 mil vezes mais que o fio metálico.

Comparado ao fio de cobre, tem também a vantagem do custo mais baixo, da maior fidelidade na transmissão dos dados, da maior estabilidade química e da maior resistência a interferências eletromagnéticas. Há cinco cabos de fibra óptica ligando a Europa aos Estados Unidos e três, ligando o Japão aos Estados Unidos.

O vidro usado na construção civil pode ser desbancado pelo plástico, como o policarbonato, por exemplo, mas a sua aplicação nas novas tecnologias de comunicação ainda persistirão no novo século. *Ricardo Almeida é coordenador de química do colégio Bandeirantes

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