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Química -

Desde que John Hyatt criou o celuloide, os plásticos nunca mais deixaram nossas vidas.

Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, três deles foram determinantes para a vitória dos aliados contra Hitler e Mussolini: o polietileno, o teflon e o náilon.

O polietileno serviu de isolante nos cabos de uma invenção revolucionária: o radar, peça-chave do triunfo aliado. Hoje, usa-se polietileno em dezenas de objetos, como canetas esferográficas e sacos plásticos. O teflon (aquele mesmo das frigideiras) foi muito importante na produção da bomba atômica. O terceiro plástico foi o náilon, utilizado para fazer paraquedas e tendas militares. Nessa época, para desespero das mulheres, as meias feitas de náilon sumiram do mercado.

Os plásticos são extremamente úteis, mas sua maior qualidade, a durabilidade, também pode ser vista como defeito. Afinal, se duram para sempre, como se livrar deles? É por isso que, em tempos recentes, com o crescimento do movimento ambientalista, o uso indiscriminado de plásticos passou a ser duramente criticado.

Ainda assim, as novidades continuam a surgir. É o caso do kevlar - mais resistente que o aço, é usado em coletes à prova de bala - e do poliuretano, conhecido como o material esponjoso de travesseiros e almofadas.

E, falando em poliuretano, chegamos às bolas de futebol. A partir da Copa de 1994, as "redondas" passaram a ter revestimento de poliuretano, dando mais velocidade ao jogo. E, nas camadas internas, um novo polímero foi adicionado: o poliestireno, muito conhecido de nós todos na sua forma expandida, chamada de isopor. Como resultado, mais maciez e chutes ainda mais rápidos.

Na Copa de 2002, a bola, produzida pela Adidas, chamava-se Fevernova. Sob o revestimento de poliuretano, estavam dez camadas de poliestireno com borracha natural, onde existiam microbolhas cheias de gás. Velocidade e precisão foram a consequência. A câmara também era feita de um polímero, a borracha butílica. Com as moléculas mais unidas que as da borracha natural, retinha melhor o ar. Até na costura havia um plástico: o já citado kevlar, cinco vezes mais resistente que um cabo de aço. Assim, mesmo após muitos chutes, a bola continuava inteira e redondinha. *Luís Fernando Pereira é professor do curso Intergraus e coordenador de química do sistema Uno/Moderna