Matemática -
A ciência forense é uma área de estudo que se ocupa da análise científica das evidências de um crime. Em geral, um estudo forense envolve áreas do conhecimento como a física (balística de projéteis), a química (análise de sangue, gota de saliva, fio de cabelo etc), a biologia (análise de DNA) e até a matemática.
Apesar de a nossa impressão digital ser única, uma digital achada no local de um crime pode não ser suficientemente clara para identificar a pessoa de forma única.
Imagine uma situação em que o confronto da digital encontrada no local do crime com 1 milhão de digitais do banco de dados da polícia indique três suspeitos. Qual é a probabilidade de coincidência da digital encontrada com a de alguém que é inocente?
Dos três suspeitos, dois são inocentes e um é culpado, o que indica que a probabilidade de coincidência da digital encontrada com a de uma pessoa inocente é 2/1.000.000, ou seja, 0,0002%. Será que essa probabilidade baixa constitui uma prova convincente para incriminar uma pessoa que tenha digital igual à encontrada?
A resposta é não. Do ponto de vista do direito de cada cidadão, a probabilidade condicional relevante não é a de coincidência da digital com a de um inocente, mas sim a de uma pessoa ser inocente, dado que a digital encontrada tenha coincidido com a sua. Nesse caso, duas em três pessoas são inocentes, o que representa uma probabilidade de cerca de 67%.
Ou seja, na ausência de outras evidências, a coincidência de digitais pode não constituir prova de acusação. O exemplo evidencia a importância de uma análise criteriosa do que se pode concluir, de fato, a partir do cálculo de uma probabilidade condicional.
Se você gostou do campo de atuação da ciência forense, fique atento, porque química forense é um dos cursos abertos pela USP, com 20 vagas, em Ribeirão Preto. * José Luiz Pastore Mello é mestre em ensino de matemática pela USP e professor do Colégio Santa Cruz
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