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Vinicius de Moraes - reprodução
19/10/1913, Rio de Janeiro, RJ
09/07/1980, Rio de Janeiro, RJ
Poeta dividido entre o sublime e o cotidiano, entre o devaneio e o lirismo pleno de simplicidade, a faceta mais moderna da poesia de Vinicius de Moraes se manifestará a partir do livro Cinco elegias (1943). Daí para frente, abandona os temas metafísicos e abre-se ao estímulo da realidade, tendência que se afirma a partir de Poemas, sonetos e baladas (1946). Escreve, então de maneira quase simplista, sem abandonar a musicalidade, mas distanciando-se da poesia inicial, elogiada pela crítica.
Vida e obra
Formado em direito, Vinicius de Moraes ingressou na carreira diplomática em 1943, depois de trabalhar como crítico e censor de cinema. À primeira fase de sua obra - iniciada com O caminho para a distância (1933) e Forma e exegese (1935) - segue-se a aproximação definitiva com o mundo sensorial, que se radicaliza com o passar dos anos, até que o escritor parece desistir da poesia, optando por se dedicar unicamente às canções populares (o que, para alguns estudiosos, não representa qualquer diferença em relação aos trabalhos anteriores). A decisão de Vinicius certamente obedeceu, em parte, às influências familiares, pois o poeta nasceu em família de músicos e cantores. Depois de ocupar papel preponderante na bossa nova, dedicou-se, principalmente, a shows em boates, casas noturnas e universidades.
Características
A forma dos versos de Vinicius de Moraes acompanha as fases vividas pelo poeta: na primeira, os versos são caudalosos, difusos, melancólicos; na segunda, o poeta faz experiências formais, exercitando o soneto, o redondilho, o decassílabo, o alexandrino e o verso livre. Desaparece, assim, a dicção espiritual, substituída pelo lirismo muitas vezes veemente, marcado pela confidência, pela plenitude dos sentidos, pela visão familiar do mundo. Essas mudanças podem ser percebidas em sua Antologia poética (1960), na qual, acompanhando os poemas escolhidos pelo próprio autor, podemos conhecer, em detalhes, esse escritor que, segundo Carlos Felipe Moisés, “soube traduzir Reprodução - manuscrito de Vinicius de Moraes
tão bem os anseios e as aspirações de uma variada, moderna e universal experiência amorosa; [...] soube captar convincentemente os excessos e a generosidade do sentimento comum, para se tornar o intérprete fiel de uma alma coletiva”.
Curiosidades
Vinicius de Moraes também foi cronista - Para viver um grande amor (1962) e Para uma menina com uma flor (1966) – e dramaturgo: Orfeu da Conceição (1956) e Cordélia e o peregrino (1965).
Segundo Carlos Felipe Moisés, quando adolescente, Vinicius roubou do pai (que também escrevia) um soneto para dar de presente a sua namorada.

 

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