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"Escolhi os livros que me deixaram "siderado'"
De Luís Augusto Fischer, professor de literatura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e colunista da Folha



  • "O Coração das Trevas", de Joseph Conrad (1902)
    "Eu o li o contexto do filme "Apocalipse Now", de Coppola, e entendi que a arte pode dialogar com a arte, sendo ao mesmo tempo um profundo comentário sobre a vida."
     
  • "Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas", de Robert M. Pirsig (1974)
    "Mistura de viagem com diário íntimo e meditação filosófica, num clima meio hippie que é perfeito."
     
  • "Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa (1956)
    "Tentei oito vezes a leitura e, só na oitava, entrei no clima necessário. É uma viagem pela linguagem, pelo interior do país e pela inteligência de uma espécie de sábio caboclo."
     
  • "Crime e Castigo", de Dostoiévski (1866)
    "É daqueles livros que nos arrasta para o mais fundo que podemos imaginar sobre a experiência humana. E nos devolve à superfície melhores do que éramos."
     
  • "A Metamorfose", de Franz Kafka (1915)
    "Na primeira vez em que li, deixou-me impressionado comigo mesmo, com a sensação de que a arte nos reinventa."
     
  • "Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas (1848)
    "Lembro-me até hoje do arrebatamento do personagem, capaz de renúncias tremendas em favor de sua vingança."

    "Adotei como critério a representatividade histórica"
    De Ivan Teixeira, professor de literatura na Escola de Comunicação e Artes da USP, autor do "Mecenato Pombalino e Poesia Neoclássica" (vencedor do Prêmio Jabuti 2000)
     
  • "Odisseia", de Homero (séc. 8º a. C.)
    "Toda a forma de pensar e sentir o mundo grego está lá. O conjunto mitológico apresentado nesse épico é uma das fontes do pensamento freudiano. Considerado um dos maiores romances do século 20, "Ulisses", de James Joyce, é uma derivação modernista da "Odisseia"."
     
  • "A Divina Comédia", de Dante Alighieri (1320)
    "Condensa as ideias cristãs da Idade Média, que, nesse livro, são transformadas em linguagem poética. O pensamento cristão até hoje permanece essencialmente o mesmo."
     
  • "Os Lusíadas", de Camões (1572)
    "É a maior epopeia do Renascimento europeu. Exalta o expansionismo e o cristianismo. As navegações dos séculos 15 e 16 representaram um feito tão importante na época como a chegada do homem à Lua. Camões faz um poema sobre o início da globalização."
     
  • "Dom Quixote", de Miguel de Cervantes (1605)
    "É o primeiro grande livro que tematiza o próprio livro: Dom Quixote teria perdido o juízo por causa do excesso de leitura das novelas de cavalaria."
     
  • "Tom Jones," de Henry Fielding (1749)
    "É um dos consolidadores de um novo gênero em ascensão, o romance. Cria um tipo novo, o "narrador bisbilhoteiro", que conversa e brinca com o leitor."
     
  • "Memórias Póstumas de Brás Cubas," de Machado de Assis (1881)
    "Promove uma súmula brilhante do pensamento e das formas literárias do mundo europeu na América do século 19. Conquista a maturidade para a literatura brasileira."

    "Selecionei os livros que marcaram minha juventude"
    Por Cristovão Tezza, escritor e professor do Departamento de Linguística da Universidade Federal do Paraná e autor de "Breve Espaço entre Cor e Sombra"
     
  • "O Vermelho e O Negro", de Stendhal (1830)
    "Considerado o primeiro grande romance psicológico da literatura moderna, apresenta uma análise profunda dos personagens de um mundo que ainda estava por vir. É atualíssimo. Parece ter sido escrito no mês passado."
     
  • "Os Irmãos Karamázovi", de Dostoiévski (1880)
    "É uma leitura libertadora. Aborda as crises existenciais e as questões religiosas e morais com uma intensidade fantástica."
     
  • "Lord Jim", de Joseph Conrad (1900)
    "Mostra o peso carregado por um homem que comete um erro numa situação-limite e passa a vida pensando em repará-lo."
     
  • "Palmeiras Bravas", de William Faulkner (1939)
    "São tragédias modernas. Duas histórias intercaladas de figuras condenadas pelo destino e a luta para transcendê-lo."
     
  • "O Estrangeiro", de Albert Camus (1942)
    "Talvez a mais perfeita fábula sobre a solidão do século 20."
     
  • "Antologia Completa", de Carlos Drummond de Andrade (1962)
    "É o maior poeta brasileiro. Uma síntese do que há de melhor na linguagem poética brasileira."

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